Sobre recomeçar do zero...
Eu tenho uma sobrinha de 17 anos chamada Gabrielle, que é desenhista. Ela colecionava os seus desenhos em uma pasta, daquelas que as meninas da minha geração utilizavam para colecionar papéis de carta. Nós não moramos na mesma cidade, por isso não nos vemos com muita frequência, mas era de praxe nas minhas visitas eu pegar a pasta para ver as “novidades”. A verdade é que eu sempre folheava a pasta inteira, pois os desenhos estavam em ordem cronológica e era um satisfação observar a evolução dela ao longo dos anos (acredito que a pasta continha desenhos dos últimos 2 anos, pelo menos).
Escrevo sobre a pasta no passado porque a Gabrielle a perdeu há alguns dias atrás. Logo após o ocorrido, ela tinha a esperança de que a pasta pudesse reaparecer, mas o tempo foi passando e a esperança se converteu em muito choro, tristeza e frustração. Quanto trabalho perdido!
Somente hoje eu soube do ocorrido. O relato da reação da minha sobrinha é na verdade a transcrição do que a mãe dela me contou. Assim que terminei de conversar com a minha irmã, tratei de enviar uma mensagem para a Gabrielle. Em síntese, eu disse a ela que eu sentia muito pelo ocorrido e que a pasta pode ter se perdido, mas o talento que ela possui permanece. Falei ainda que pode parecer muito chato recomeçar do zero, mas que a vida de vez em quando tem dessas coisas.
Passaram-se alguns minutos e ela respondeu. Começou agradecendo pela mensagem, me contou um pouco de como tudo aconteceu e finalizou dizendo:
“Mas no final até que foi bom. Eu vou tentar novos estilos e começar algo novo.”
Gabi, você vai longe! Eu é que devo te agradecer pelo papo de hoje!
Engenheiro de Redes IP Sênior e Consultor
7 aMuito orgulho dessa nossa sobrinha, Débora Coutinho!