Sociedade do Consumo

Sociedade do Consumo

Vivemos tempos onde é mais viável economicamente comprar um produto novo do que investir em consertá-lo. Quando olhamos para bens de consumo como exemplo eletrodomésticos, a produção industrial avançou tanto e com tal escala que os preços baixaram significativamente, em contrapartida é cada vez mais difícil encontrar profissionais e empresas dedicadas ao conserto desses produtos usados. Por uma pequena diferença econômica, é possível ir até uma loja e sair com produto novo pronto para ser utilizado, enquanto que, levar o aparelho velho ao conserto, dependerá de um bom tempo sem poder contar com ele, aguardando o orçamento, aprovação do conserto, chegada das peças necessárias e por último seu conserto propriamente dito. Essa realidade fez com que desenvolvêssemos um apreço pelo novo e uma certa repulsa pelo velho.

Outro exemplo bastante comum, são as pessoas criaram o hábito de trocar os celulares anualmente, por modelos mais novos e modernos, sem sequer terem conhecido ou explorado totalmente as funcionalidades de aparelhos anteriores, prevalece o desejo de sempre estar na “moda”.

Mas como encontrar paralelos no ambiente corporativo,: quantos “chefes” preferem contratar um profissional novo, ao invés de investir no desenvolvimento daqueles que já estão no time ou na empresa há algum tempo. Quanto recurso é desperdiçado nesse ciclo vicioso de turn over com horas dedicadas ao recrutamento e seleção, integração cultural de novos funcionários, manutenção e cuidado do clima organizacional, performance e, depois de tudo isso, sujeito a ter que incorrer em algum risco de demissão por incompatibilidade... sem contar o impacto emocional na vida das pessoas e financeiro nos cofres das empresas...

Um dos maiores LEGADOS que alguém pode ter, é sua história na formação de outros profissionais, o quanto seu exemplo e seus ensinamentos influenciaram na carreira e na vida daqueles com quem conviveu. Igualmente o maior desafio é conseguir perceber nas pessoas sua vocação, seus pontos fortes e oportunidades de desenvolvimento, mas principalmente, o que exatamente as motiva, para com todas essas informações poder ajudar a encontrarem seus caminhos rumo ao desenvolvimento; essa é a mais nobre das responsabilidades de um Líder.

Na vida pessoal e principalmente no ambiente corporativo, é importante fazermos escolhas, e sempre buscar as mais sábias, nesse contexto, não devemos desconsiderar o fato de que alguns equipamentos verdadeiramente podem não ter mais conserto, e então precisem ser substituídos por novos, o mesmo pode ser entendido das pessoas e profissionais, mas não sem antes esgotar absolutamente todas as possibilidades, por isso acredito que a substituição deva ser a última das escolhas um líder precise fazer, nunca a primeira. É importante buscar e usar todas as ferramentas disponíveis e possíveis para garantir que estejamos sendo efetivos, quer seja na comunicação, na orientação, ou mesmo na gestão do relacionamento com os demais colegas ou subordinados. Acredito que todo esforço e dedicação são válidos e necessários na formação e investimento nas pessoas, afinal estamos lidando com vidas, com alegrias e frustrações, famílias e uma série de outras pessoas que dependem delas.

Além do aspecto humanitário quando analisamos racionalmente, descobrimos que é mais viável economicamente investir no desenvolvimento dos profissionais que já conhecemos, que conhecem a empresa, seus valores, cultura e ambiente, do que simplesmente descartá-los, substituindo por novos onde sequer há certeza que irão se adaptar e realmente serem melhores que os antigos.

É importante conhecer e respeitar a cada profissional em sua individualidade, buscando novas formas de “consertar” a relação, com espírito e mente abertas e imbuído do bem, essa é a melhor e mais econômica ferramenta para o sucesso da empresa.

Recomendo a todos, remetendo ao exemplo do celular, que invistam no conhecimento de todos os recursos que o time dispõe e é capaz de apresentar, antes de escolher pela troca dos profissionais, sem dúvidas esse é o melhor caminho.

É preciso lembrar que são as pessoas que formam as empresas e o equilíbrio entre o novo e o antigo são fundamentais para enfrentar os desafios do negócio, a experiência e a juventude compõem um mesmo organismo vivo e dinâmico, por isso, é importante resistir à tentação e ao modismo de substituir os profissionais que não pensem ou hajam iguais a nós ou como gostaríamos.

Aceite a possibilidade e oportunidade de investir no desenvolvimento das pessoas e dos profissionais confiados à sua liderança, conserte eventuais relações e ao mesmo tempo, faça uma auto avaliação para descobrir o que precisa, também, ser consertado em si mesmo.

Se torne hoje melhor do que foi ontem e ajude os demais a seguirem o mesmo exemplo...


Vanderlei Correia Lima

Supervisor de Segurança do Trabalho na Barry-Callebaut, Itabuna - Bahia

2 a

Parabéns pelo excelente artigo.

MARCOS REZENDE

Gestor de Construção Civil - CMAA OFICIAL - Companhia Mineira de Açúcar e Álcool

2 a

👏🏻👏🏻👏🏻 Como sempre, sábias palavras de um grande profissional!

Laysa Carvalho maravilhosa leitura .Parabéns Jeferson Degaspari

Ana Carolina Guimarães

Especialista em Comunicação| Cultura Organizacional | Comunicação Corporativa | Responsabilidade Social

2 a

Sempre assertivo e preciso nas suas colocações sobre as relações humanas.

GERALDO COSTA

Diretor agricola | Gerente Agrícola | Cana de açúcar | Biocombustíveis | Estratégia | Planejamento | Gestão

2 a

Parabéns Jeferson pelo grande e acertivo conteúdo, há tempos as empresas renegam seus RH e suas funções nobres de preparar, qualificar, organizar e buscar atualizar os comportamentos entre as gerações. Deixam a cargo de empresas terceiras que não conhecem o clima interno das companhias e por entrevistas custas de minutos, "acham perfis " adequados para a empresa. Valoroso suas colocações e ainda vejo tempo para essa reflexão e mudanças 👏👏👏👏👏👏

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