Soft skills ou real skills: o que será necessário no futuro?
Não faz muito tempo que para ser contratado por uma boa empresa bastavam um diploma de graduação em uma instituição de ensino renomada, experiência profissional, fluência em outro idioma e cursos de atualização.
Todos esses pontos revelavam as habilidades técnicas, vocacionais ou, no termo adotado da língua inglesa, as hard skills do candidato. Com o passar dos anos, porém, surgiu um questionamento: por que algumas empresas atuantes na mesma área de negócios e com profissionais igualmente qualificados obtinham resultados admiráveis e outras não? A chave estava no comportamento das pessoas.
As organizações perceberam que não adiantava ter um profissional tecnicamente perfeito se ele tornava insuportável a convivência no ambiente de trabalho, desmotivando a equipe, provocando a saída de talentos da empresa e influenciando negativamente o resultado dos projetos. Dessa forma, outras habilidades passaram a ser consideradas nas contratações, as comportamentais, também conhecidas como soft skills. O termo apareceu oficialmente em um artigo dos anos 70, mas foi somente nas últimas décadas que ele ganhou mais relevância nas empresas.
As hard skills continuam sendo fundamentais, afinal, um engenheiro civil que não tenha conhecimento técnico pode colocar em risco a construção. O fato é que elas não estão mais sozinhas, ou seja, o profissional deverá reunir qualidades técnicas e comportamentais.
Para o renomado consultor e autor norte-americano, Seth Godin, as habilidades comportamentais não são opcionais para as organizações na hora de se contratar um funcionário. Elas são tão essenciais quanto as técnicas, mas a denominação “soft skills” minimiza a importância dessas habilidades para o indivíduo e para os resultados das empresas. Por causa disso, Godin sugeriu um novo termo que deixa claro o valor dessas competências: real skills.
Em um artigo publicado em seu site, Godin apresenta cinco grandes categorias de real skills, com algumas características que devem orientar as empresas nas contratações. Só lembrando que da mesma forma que o trabalho muda a todo instante — tanto no que diz respeito às relações quanto aos processos —, é natural que os perfis profissionais também se alterem. Ocupações que nem imaginamos atualmente podem surgir em alguns anos, assim como novas habilidades. As empresas devem estar sempre atentas.
As 5 categorias de real skills e o que elas incluem:
Autocontrole – resiliência; entusiasmo pelo trabalho; compaixão; mentalidade colaborativa; competitividade; coerência comportamental; flexibilidade; ética; honestidade; equilíbrio; propósito; perspicácia; autoconsciência; autoconfiança; pensamento fora da caixa; praticidade; pensamento estratégico; curiosidade; tolerância; controle de estresse; organização e gerenciamento do tempo; escuta ativa; planejamento; conhecimento de tecnologia; perseverança; inteligência emocional; além de habilidade para treinar pessoas, enfrentar riscos, solucionar problemas e buscar conhecimento.
Produtividade – atenção ao detalhe; gerenciamento de crises; tomada de decisão eficaz; pensamento empreendedor; praticidade; agilidade; iniciativa; planejamento; conhecimento de tecnologia; saber delegar; gerenciamento do tempo; buscar conhecimento e pesquisar; definir metas e solucionar problemas.
Sabedoria – Senso artístico e bom gosto; criatividade ante os desafios; pensamento crítico; habilidade para lidar com pessoas complicadas; diplomacia nas situações difíceis; empatia; competência intercultural; habilidades sociais; confiança; aprendizado contínuo e mentoria.
Percepção – ser capaz de avaliar pessoas e situações; visão holística; pensamento estratégico; intuição.
Influência – assertividade; linguagem corporal; carisma; boa comunicação; inspirar os outros; habilidades interpessoais; networking; persuasão; escuta ativa; liderança; ser um bom formador de equipes; habilidades de vendedor e contribuir com novas visões.
Diferentemente do que muitos imaginam, essas habilidades não são inatas. Elas podem ser aprendidas, melhoradas, praticadas e mudadas, do mesmo modo que as habilidades técnicas. As real skills, apesar de ainda não serem facilmente mensuráveis, são imprescindíveis para quem deseja continuar no mercado de trabalho, pois são essas habilidades, mais humanas, que diferenciarão as pessoas das máquinas, no futuro.
A MJF Desenvolvimento Humano possui avaliações comportamentais que permitem descobrir as características que você já possui e aquelas que precisam ser trabalhadas, além de oferecer planos focados no aprimoramento de habilidades comportamentais individuais.
Entre em contato conosco para que possamos ver qual é o melhor para você.
Marizete Zatt Flor
Consultora de RH, Headhunter e Sócia-Diretora da MJF Desenvolvimento Humano.
E-mail: rh@mjfdesenvolvimentohumano.com - Celular: (11) 9- 4544-6809
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