Somos frágeis. E está tudo bem

Já parou para ver o quanto as pessoas tentam demonstrar que são fortes em todos os momentos e o quanto o próprio mercado de trabalho costuma cobrar essa postura da gente?

Até alguns anos atrás, para ser líder era preciso ser mandão, sisudo e até grosseiro. Graças a Deus, hoje o mercado já aceita e prefere a liderança humanizada, gente como a gente, que percebe que cada colaborador é, no fim do expediente, alguém com família, amigos, problemas pessoais, boletos para pagar e questões emocionais que só quem sente sabe.

Eu sempre prezei muito pela gestão humanizada. A Cross Networking tem o propósito de ser uma empresa de parcerias e, no que diz respeito aos meus profissionais, também enxergo que temos que ter uma relação de parceria no trabalho – tem que ser bom para todo mundo, lembra?

E é por isso que quero contar que eu andei mal – e está tudo bem.

Por causa de preocupação, correria e esses problemas do dia a dia que todo mundo tem, tive uma crise de ansiedade em junho, depois do feriado. A gente nunca acha que está doente ou com problema, vive aquilo e passa por cima como se fosse normal. Mas não é.

Aconteceu que recentemente tive outra crise e aí o sinal de alerta acendeu: não sou super e não preciso ser. Busquei ajuda de um médico psiquiatra e ele me disse que a ansiedade precisa ser tratada e acompanhada por, pelo menos, seis meses porque a pessoa pode ter uma recaída, pode virar uma depressão ou algo sério.

Aprendi que o corpo dá sinais e a gente precisa prestar atenção. Esses sinais precisam ser ouvidos e atendidos para que, amanhã, a gente não tenha que parar 100% e começar um tratamento com remédios mais pesados e consequências maiores, como acontece nos casos de burnout.

Resisti muito a tomar remédio, demorei para aceitar que precisava. No começo eu tomava dia sim e dia não porque achava, de verdade, que era só uma ocorrência pontual, algo que não precisava ser levado tão a sério. Só comecei a tomar medicação de fato na segunda crise e sigo direitinho a prescrição de manhã e de noite. Ainda fico meio zonza, mas faz parte da adaptação ao processo.

Esse texto é para mostrar que todo mundo está sujeito a problemas de saúde mental – seja ansiedade, depressão, burnout. E com certeza você conhece alguém que já passou ou está passando por isso.

As empresas estão mais conscientes do seu papel no bem-estar dos profissionais e do quanto isso é importante. Oferecer um ambiente saudável vai além de oferecer ergonomia e isso reflete nos resultados, na performance, no famoso orgulho de pertencer. Afinal, quem quer ficar onde não se sente bem?

E também é preciso ter coragem para assumir que tem ou teve um problema de saúde mental e que está tudo bem nisso. Aceitar o diagnóstico, buscar ajuda, sair dessa e seguir em frente.

A minha sócia na Holding Clube, Juliana Ferraz, é prova viva de que a dedicação integral à carreira pode prejudicar a saúde e a vida pessoal. Ainda bem que ela conseguiu superar um momento ruim e está ótima, nos ajudando na Holding. Levantou, sacudiu a poeira e transformou a própria vivência em experiência e exemplo. Tanto que ela menciona na reportagem do Meio&Mensagem o quanto prezamos a saúde mental e não queremos que nossos colaboradores e parceiros passem por esse tipo de problema na empresa. Flexibilidade e equilíbrio são algumas das nossas prioridades na Holding, na Cross e na vida.

Se quiser saber mais sobre este tema tão importante quanto delicado, vou deixar no primeiro comentário o link da reportagem em que a Ju participou.