Sonic Boom: a hora e a vez dos podcasts
A internet talvez tenha sido uma das tecnologias que mais impactou a maneira como vivemos nossas vidas hoje. Esse impacto foi tão grande que diversos mercados sofreram mudanças consideráveis em seus modelos de negócios. Por exemplo, não resta dúvida de que a maneira como consumimos táxis, hotéis, música e TV sofreu enormes transformações (positivas, a meu ver) depois que empresas de tecnologia alicerçadas na internet, a exemplo de Uber, AirBnB, Spotfy e Netflix (uma de cada segmento que mencionei) surgiram.
O jornalismo, que há tempos patinava para se encontrar diante dos desafios da contemporaneidade, também foi fortemente sacudido pela internet. Entretanto, embora seja inegável que atualmente ele esteja diferente, acredito que ainda não dá para dizer que há um novo paradigma sobre como fazemos e vendemos produtos jornalísticos.
Na produção radiofônica, seja ela jornalística ou não, entretanto, parece que um “novo” ator vem emergindo com força nos últimos anos, o podcast. Esse formato de conteúdo em áudio é como um programa de rádio, porém, a grande diferença é que pode ser ouvido sob demanda. Em outras palavras, quando, como e onde o usuário quiser. Qualquer semelhança com os serviços de TV por demanda (falei da Netflix ali em cima) não é mera coincidência.
Relatório do Google que compartilhei semana passada trouxe um insight muito valioso para entendermos o porquê de essa mídia ser uma das mais “quentes” do momento. Em 2008, com o advento dos smartphones, surgem os micromomentos. Eles são pequenos, mas frequentes, instantes em que o usuário se expõe a possíveis situações de consumo. Como os dispositivos móveis estão sempre conosco, fica claro que eles são um elemento fundamental dessa nova maneira com que marcas, produtos e conteúdos podem ser expostos a interessados.
Trago isso porque o formato podcast é ideal para os micromomentos. Você pode escutá-los literalmente em qualquer lugar e eles não exigem 100% da sua atenção nem o envolvimento do sentido da visão. Ou seja, são um prato cheio para aqueles minutos (às vezes horas, no caso de São Paulo) em que estamos nos deslocando para o trabalho ou para algum outro compromisso. São também muito convenientes para nos acompanhar em atividades que exigem concentração parcial (como fazer alguns tipos de exercícios físicos) ou situações em que somos obrigados a esperar.
Os números confirmam esse momentum dos podcasts. Levantamento da Interactive Advertising Bureau (IAB) e PwC mostra que essa indústria movimentou quase US$ 500 milhões em 2018 e deve chegar a US$ 1 bilhão em 2021 apenas nos Estados Unidos. A análise também mostra que estão surgindo novas maneiras de tornar esse formato de conteúdo em áudio mais “vendável” pelo mercado publicitário. Além do clássico patrocinador sendo mencionado durante os programas, startups têm desenvolvido métodos de inserir publicidade personalizada em meio aos podcasts. Seria algo parecido com a venda de mídia do Youtube na qual, grosso modo, cada usuário é exposto a um anúncio baseado em suas preferências
Enfim, fato é que, recentemente, me apaixonei pelos podcasts (invejosos dirão que estou obcecado). Por isso, adoraria receber indicações do que vocês têm escutado nos comentários.
CEO Bendita Imagem / Relações Públicas MIT Technology Review Brasil/ Adobe Experience Cloud / Adobe Photoshop / Rádio Mix
5 aAdoro o Digital de Tudo (sobre sociedade digital) e o Communicast (sobre como a comunicação impacta nossa vida).
Comunicação | Conteúdo | Marketing | Copywriting | UX Writing
5 aOi Fred! Esta semana saiu uma notícia que o Spotify está testando criar playlists de podcasts com o objetivo de furar a bolha, porque a busca de novos conteúdos no próprio aplicativo é um pouco precária ou fica muito restrita às indicações. Por falar em indicações, gosto de ouvir os diários "Café da Manhã" da Folha e o "Durma com Essa" do Nexo Jornal. Tem o da minha amiga Jéssica Balbino sobre literatura, o "Rabiscos". Já ouvi tanto o "Mamilos" que até dei uma enjoada, daí comecei a ouvir o "Braincast", ambos do B9. Me chamou atenção também a produção original do Spotify, "Stay Free: The Story of The Clash", narrado pelo rapper Chuck D (Public Enemy/Prophets of Rage). Taí um segmento interessante, produções originais!