Sororidade, não um tratamento forçado
No mundo corporativo, vemos muito disso: Concorrência. E dentro do universo feminino, apesar de parecer que há uma competição – sem largada – naturalmente entre nós mulheres, podemos chegar muito mais longe quando vamos de mãos dadas.
Já parou para pensar que, não somos concorrentes, e sim parceiras?
Alguém no seu trabalho ou da mesma profissão já te apoiou em algum momento difícil? Ou de forma gratuita deu um up no seu dia com um simples gesto ou palavra? Você já foi essa pessoa pra alguém?
É completamente normal divergir em opiniões, nós somos diferentes, somos únicas e fazemos parte de uma existência que exige a necessidade de haver oposição, como a necessária oposição entre o doce e o amargo, por exemplo: somente quando nos permitimos compreender a singularidade e importância de cada um é que conseguimos aceitar o outro como ele é. Então ainda que eu não concorde com a opinião da Maria, devo reconhecer que ela teve a coragem de expor o que pensa e defender o que acredita.
Livre de hipocrisias, mesmo que seja um desafio um tanto quanto difícil "amar uns aos outros" ou amar a todas, o olhar empático permite enxergar além das aparências e de qualquer pré julgamento. O exercício de olhar em busca de uma perspectiva mais otimista em relação à outra pessoa, produz gradativamente um amor genuíno e gratuito – aquele amor não fingido. Isso sim produz sororidade, não um tratamento forçado.
Olhar para dentro de si te permite compreender o outro e exercitar a empatia
Se encontrar no outro e compreender que, assim como você tem dias bons e outros ruins, as pessoas ao seu redor também têm; todos lidam com algum tipo de problema e, ao fazer pré (ou pós) julgamentos sobre as outras não define quem elas são, mas ao invés de conferir um rótulo a alguém, lembremo-nos de que talvez, esse não seja o melhor momento dessa pessoa e que ela possui dificuldades que podem ser diferentes das suas mas que não deixam de ser dificuldades. Você pode se disciplinar a pensar em como sua vida pode ser um instrumento para fortalecer o outro, isso sim traz um retorno (coletivo) valoroso, isso faz parte de exercitar um olhar mais empático.
Independentemente da capacidade de abrangência da sua mensagem, o importante é compartilhar
Você não precisa ser famoso pra conseguir alcançar a vida das pessoas ao redor ou necessariamente alcançar MUITAS pessoas pra fazer alguma diferença na vida de alguém, mas você tem influência dentro do(s) grupo(s) no qual está inserido e tem voz e bagagem (não de formação mas de vida) para agir.
Se com a sua influência (que é diferente da influência de Maria porque você e Maria são pessoas diferentes e inseridas em contextos diferentes) você conseguir alcançar positivamente uma vida, está cumprindo a sua missão aqui. Mesmo que impulsivamente seu primeiro pensamento seja "eu não estou qualificado", "não tenho bagagem suficiente"... Todas e todos nós temos algo a oferecer e acrescentar aos outros. Não é quantidade que conta, é qualidade, conteúdo, inspiração.
O contexto do debate foi sobre empoderamento feminino, mas aproveito para deixar o convite à reflexão e à atitudes mais humanas para cada uma e cada um de nós. 🌻