S.O.S. Comunicação Corporativa: façam direito e salvem nossa reputação
Dia desses estava conversando com um colega de profissão sobre o trabalho ineficiente das agências de comunicação corporativa (grande parte delas, me desculpem a sinceridade). Falando sem papas na língua: tem muita gente fazendo um trabalho medíocre, totalmente descartável, e que acaba contaminando o mercado. Por causa de assessorias ruins temos uma reputação também ruim. O que é bem injusto. Mas compreensível.
E então me veio a palavra “empatia” à cabeça. Pois é, palavrinha gasta mas que cabe perfeitamente aqui. Falta empatia em quem cuida da comunicação das empresas. Não se colocar no lugar do jornalista, do formador de opinião, do público, enfim, é uma grande falha. Pensa comigo: por que cargas d’água vão divulgar sua nota? Aquilo é realmente relevante para alguém (ou só para o seu cliente)? É, efetivamente, notícia? Você, se estivesse do outro lado do balcão, daria essa nota?
Caso você chegue a conclusão que aquilo não é notícia, o que faz? Transforma. Sim, na maioria das vezes é possível transformar uma informação “fraca” em conteúdo relevante. Bom, dá trabalho. Precisa usar a cabeça. Tem que buscar dados do mercado, espremer o cliente atrás de “sustância”, mudar o viés, muitas vezes o foco da matéria. Ou seja, tem que tornar aquilo atraente.
E aí entra outro problema do nosso meio (ou do ser humano, verdade seja dita): a preguiça. “Ah, mas é tão mais fácil redigir um release e disparar pro mailing... ”. Fácil, é. Mas o resultado vai ser tão ou mais raso do que esse pensamento anos 80.
Cá entre nós... quem ainda faz releases-padrão e dispara para todo mundo? Que eficiência isso tem? Vou falar o óbvio, mas vai lá: cada veículo é um, cada plataforma tem uma linguagem, cada mídia tem suas peculiaridades. Não levar isso em consideração é de uma amadorismo... sem palavras. Ou seria preguiça mesmo?
A verdade é que fazer comunicação corporativa vai muito além do indefectível release. É um quebra-cabeças, exige conhecimento do cliente, do mercado que ele atua, das pessoas que precisam ser impactadas, das mídias, dos espaços possíveis para divulgação.
Exige arregaçar as mangas e muitas vezes se impor com o cliente (“ei, o expert aqui sou eu!” - de forma mais sutil, claro). Exige não se contentar com o release e trabalhar com outras formas de comunicação, a que for melhor, mais pertinente. Vídeos, podcasts, artigos, eventos, exclusivas (coletivas de imprensa não!), encontros, parcerias, plataformas específicas, conteúdos personalizados... tudo muito bem pensado, amarrado, com informações que façam a diferença para quem as recebe. Lembra da empatia?
Isso é comunicação corporativa de resultado. E é só assim que nosso trabalho ganha real importância dentro das empresas. Se torna imprescindível. Valioso. Como na verdade, quando bem feito, é.