Steve Jobs estava certo: a busca pelo propósito da geração Y

Steve Jobs estava certo: a busca pelo propósito da geração Y

Eu vejo muita gente falando da geração Y e de como ela está encontrando dificuldades no mercado de trabalho. As razões vão desde imaturidade tardia, pouco engajamento, muita frustração e ambição desproporcional.

No entanto, eu não vejo isso na prática. Mesmo com pouca idade, já tenho alguma experiência em mais de duas dezenas de contratações. Não aquela contratação de mais um parafuso para a engrenagem, aquele parafuso que desmotiva em seis meses, pede para sair e é reposto por um novo parafuso, mais motivado (mesmo que por pouco tempo).

Meu objetivo sempre foi o de trazer novos membros para estruturar um time e, diferente do que se espera, eu escolhi buscar mais estagiários. Talvez porque eu me encontre em meio a esta geração considerada tão turbulenta e, por algum motivo, acho que consigo entender parte do que ela busca.

Provavelmente, esse entendimento parte das experiências e frustrações que tive ao longo do caminho.

E o que eu mais procurava? A oportunidade de aprender coisas novas e que me interessavam, autonomia para testar e entender se o trabalho estava alinhado, de verdade, ao meu propósito e, como consequência, à minha máxima motivação.

Muitos conhecidos acabam por me considerar workaholic e, por vezes, não concebem o porque eu me dedico tanto ao trabalho. Para mim, a maior diferença é justamente que meu trabalho aqui na Outbound Marketing já está alinhado ao meu objetivo de vida, é difícil separar o que eu quero ser em alguns anos dos meus objetivos profissionais, logo ele pode tomar boa parte do meu tempo sem problemas.

Uma geração indecisa?

Aos 18 anos, quase todo mundo ainda não tem certeza do que quer fazer, certo? Eu tinha! Queria ser um investidor de sucesso, como Warren Buffett, e viver de análises do mercado de capitais. Eu já tivera vontade de ser diversas coisas anteriormente, desde advogado ou juiz até jogador de futebol (que surpresa, hein?).

No entanto, entrando na universidade, comecei a perceber que as coisas seguiam um caminho diferente. Logo no primeiro dia de aulas, o coordenador do curso de Economia da UFMG fez questão de avisar a todos que não ia ensinar ninguém a investir (muito obrigado pelo aviso, afinal só estudei um pouco para estar ali, certo?).

Nessa época, eu defini que começaria a trabalhar logo de cara e “dar a chance” a outras oportunidades. Comecei pela consultoria e tive a oportunidade de negociar parcerias para o MEJ (Movimento Empresa Júnior). O processo de negociação era muito similar ao que mais tarde eu reconheceria como vendas, pois eu era responsável por prospectar, negociar e fechar novas parcerias. Infelizmente, eu tinha apenas seis meses e, começando o trabalho do zero, foi difícil passar por todo o funil.

Internamente, eu trabalhava como consultor e já começava a olhar para o cargo de Gerente de Projetos. Eu já gostava muito da consultoria em si, mas queria ter a oportunidade de diagnosticar as dores do cliente, negociar e, então, acompanhar a execução do planejado e sua posterior entrega, juntamente com os resultados. Esse processo com início, meio e fim me atraía bastante. Nesse ponto, meus conhecimentos em vendas eram superficiais e eu não entendia a real complexidade de um processo comercial completo, apenas me preocupava em aprender algumas poucas técnicas de vendas.

Eu não tinha o menor sonho ou pretensão em rumar para a área comercial. Realmente, não era um dos meus focos. Eu pensava em vendas como um caminho para viabilizar outras atividades, como a de consultoria, e não como um processo complexo por si só.

Mas, então, por que falei de Steve Jobs?

Acabei por sair da consultoria e, por sorte, dois anos depois comecei a trabalhar diretamente com Marketing e Vendas. Ao longo do tempo, fui percebendo o quanto meu caminho se relacionava com uma das frases mais marcantes de Steve Jobs:

Você não consegue ligar os pontos olhando pra frente; você só consegue ligá-los olhando pra trás. Então você tem que confiar que os pontos se ligarão algum dia no futuro. Você tem que confiar em algo – seu instinto, destino, vida, carma, o que for. Esta abordagem nunca me desapontou, e fez toda diferença na minha vida.

Eu tive sorte, sim. Não tinha essa idéia como filosofia de vida, mas olhando para trás, vejo como consegui unir diversos hobbies em um mesmo trabalho: vender bem!

Desde o início da minha adolescência, eu me interessava por temas como Linguagem Corporal, Programação Neurolinguística e técnicas de persuação e convencimento, em geral. E, apesar de não ser o aluno que mais estudava no colégio, eu realmente era fascinado por esses temas e virava noites lendo mais sobre o assunto.

Ao iniciar o contato direto com vendas, estruturando e otimizando processos comerciais, contratando novos vendedores, treinando um time, indo para o campo e prospectando, qualificando e fechando novos negócios, eu consegui enxergar que todo esse caminho começava a ter sentido.

Ao final, restava apenas uma paixão: consultoria. Ela não se envolvia diretamente, apesar de eu usar alguns de meus conhecimentos em redesenho de processo e outras atividades menores para melhorar os resultados e gerenciar meu time.

Acredito que foi por isso que surgiu a Outbound Marketing, afinal é aqui onde sou capaz de unir todas essas paixões: Vendas, Marketing e Consultoria.

Ao final, é isso que a gente quer para quem trabalha com a gente também, que consiga encontrar aquilo que ama. Naturalmente, essas pessoas vão se motivar e, se for possível desenvolver o que as motiva enquanto estão com a gente, os resultados serão imensos.

Em alguns casos, acredito que o engajamento continue muito maior, pois é movido por paixão pelo que faz, carinho pelo que está construindo e um pouco de reciprocidade, pela empresa e cultura que confiam tanto em quem está construindo com a gente.

Ao final, tenho mesmo é que agradecer ao tio Steve. Suas palavras serviram de alento por alguns poucos anos, mas me ajudaram a manter a confiança em alta, sempre aprendendo e me dedicando, até chegar em Marketing e Vendas.

E você? Já identificou o seu propósito?

P.S.: Se quiser saber mais sobre as técnicas de vendas que aprendi ao longo desse tempo, é só conferir aqui: Técnicas de Vendas: um guia completo do que aprender.

Vinícius, artigo fantástico. Concordo plenamente com o que você disse: "Você não consegue ligar os pontos olhando pra frente; você só consegue ligá-los olhando pra trás. Então você tem que confiar que os pontos se ligarão algum dia no futuro. Você tem que confiar em algo – seu instinto, destino, vida, carma, o que for. Esta abordagem nunca me desapontou, e fez toda diferença na minha vida."

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