Storytelling. Porque pessoas emocionam pessoas. Números, não.
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Storytelling. Porque pessoas emocionam pessoas. Números, não.

Contar histórias faz parte da evolução do ser humano, e, desde a pré-história, elas foram, e são, essenciais para a formação da cultura, da linguagem e da construção de países e comunidades. Contar histórias nos conecta com os outros, nos faz estabelecer raízes e promove a nossa identidade em nossos locais de nascimento e de convivência, ao mesmo tempo em que nos permite conhecer novas regiões e nos conectar com o passado, com o presente e com o futuro. Essencialmente, nos previne da ignorância e promove conexões.

Apesar de ser uma das formas mais simples de relatar um acontecimento, a contação de histórias está desaparecendo do nosso dia a dia – principalmente do cotidiano corporativo e do ambiente de negócios. Recentemente, houve um retorno do uso desta técnica com algum sucesso por algumas empresas e profissionais, que corriqueiramente usam o termo em inglês: storytelling. No entanto, o storytelling, ou a contação de histórias, ainda é um formato pouco usado nos dias de hoje.

Números, taxas, porcentagens e equações ocuparam e ainda ocupam lugar de destaque nas narrativas empresariais. Não que elas não sejam necessárias – elas são, e muito. O problema é quando começamos a substituir quase que completamente as histórias – e, principalmente, as pessoas – dos relatos. Parece óbvio, mas, ao analisar textos corporativos, é difícil interpretar que empresas sejam realmente construídas por pessoas. Porque, no lugar de contar as histórias das pessoas, contamos números.

Contar histórias está na essência da conexão entre os seres humanos. Por isso, ao incluir uma história em um texto, a emoção predomina, ou está ali embutida de alguma forma. É quase impossível ser neutro ao ler ou ouvir uma história. Números não contam histórias – e não emocionam, por sua vez.

Ao construir um texto, sempre procuro incluir uma breve história real atrelada à situação. Em um discurso, pode ser uma experiência pessoal que remeta à emoção que se queira transmitir à audiência. Em um texto para uma newsletter, por exemplo, a inclusão de uma personagem que comente suas impressões a respeito do fato relatado, traz uma voz humana e permite maior proximidade entre o texto e o leitor.

Mas o storytelling não se trata apenas de um formato de texto – podemos considerá-lo como um conceito sobre como queremos nos comunicar com o mundo. Para uma empresa, o conceito de storytelling em sua comunicação traz personalidade, voz e corpo à sua identidade, humanizando e fortalecendo as conexões entre todos os seus públicos e a empresa – que nada mais é do que um conjunto de pessoas construindo e servindo algo para outras pessoas.

Por que, então, priorizamos a desconexão, a numerização, a descontextualização nos textos corporativos, e na linguagem da comunicação das empresas? Por que afastamos as pessoas da comunicação?

Porque a nossa perspectiva se tornou mecanicista e de curto prazo.

Redigir um texto por meio de fatos e dados, com todos os números disponíveis para se relatar uma determinada questão, é mais objetivo, direto, seguro. Sem dúvida, é um formato importante e tem o seu lugar. Mas não para toda e qualquer comunicação, principalmente quando queremos estabelecer conexões e proximidade.

Ouvir pessoas, e registrar e contar suas histórias nos reconectam com nossas bases, com nossas comunidades, com nossas identidades regionais, com nossa essência. Em um mundo desconectado, aterrorizado, amedrontado pela falta de barreiras e pelo desconhecido, que fala outra língua, outro sotaque, contar histórias pode ser a arma urgentemente necessária e que poderá promover a conexão que nos falta.


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