Sua marca é obrigada a entrar na Black Friday?

Sua marca é obrigada a entrar na Black Friday?

A Black Friday nasceu nos Estados Unidos na década de 1960, marcando a sexta-feira após o Dia de Ação de Graças, com o foco de zerar os estoques antigos e/ou encalhados para dar lugar aos produtos novos para o Natal. O nome remete ao “preto” nos registros contábeis, que indicava lucro, graças ao grande volume de vendas. No Brasil, o evento começou a ganhar força em 2010, inicialmente com foco no e-commerce. Desde então, tornou-se um dos períodos mais aguardados do comércio, tanto físico quanto online, movimentando bilhões de reais todos os anos.


A dependência em alguns segmentos

Alguns setores, como eletroeletrônicos, moda e utilidades domésticas, já se tornaram dependentes da Black Friday. A ausência de promoções nesse período pode resultar em queda drástica nas vendas, já que consumidores antecipam compras esperando por descontos atrativos. Por outro lado, o evento pode ser usado como uma isca para atrair novos consumidores. Uma campanha bem planejada pode aumentar a visibilidade da marca e fidelizar clientes, mesmo com margens de lucro reduzidas.

No entanto, a Black Friday também carrega uma percepção negativa entre os consumidores devido à chamada “Black Fraude”, em que produtos são anunciados com falsos descontos ou preços inflacionados anteriormente para simular uma promoção. Além disso, cresce o medo de fraudes e sites falsos, que levam muitos compradores a desconfiarem de ofertas boas demais para serem verdade. Nesse cenário, a confiança e a reputação da sua marca são essenciais, atenção ao Google Meu Negocio e Reclame Aqui.

Dados da Opinion Box e Wake 2024 mostram que, além de preço competitivo, 33,5% dos consumidores valorizam comprar em locais conhecidos, e 29,7% priorizam lojas bem avaliadas. Ou seja, conquistar a confiança do cliente e construir uma relação verdadeira são tão importantes quanto oferecer descontos. Aposte em avaliações positivas, bom atendimento e diferenciais reais. Use suas redes sociais para destacar o histórico confiável, depoimentos reais de clientes e parcerias com influencers que reforcem sua credibilidade.

Na Black Friday, o nível de confiança conta muito na decisão, principalmente para marcas menos conhecidas. Sua loja transmite confiança suficiente para competir em um mercado tão saturado?


Nem todo mercado precisa entrar

Apesar do hype, a Black Friday não é obrigatória para todos os negócios, especialmente em serviços. Empresas de segmentos como educação (cursos e consultorias), saúde (clínicas e terapias) ou profissionais autônomos podem não se beneficiar diretamente da Black. Em muitos casos, oferecer descontos pode até desvalorizar o serviço. Por exemplo, um profissional que trabalha com escassez e produtos de alto valor pode não querer associar seu trabalho a uma lógica puramente promocional. A prioridade, nesses casos, deve ser fortalecer a proposta de valor e o relacionamento com os clientes. Nem toda ação precisa ser sobre desconto, em caso de empresas de serviço, podem ser algum beneficio extra para captar novos clientes e os leads indecisos do funil.

Precisa estar alinhado a estratégia e ao branding!

A decisão de participar da Black Friday deve estar alinhada com a estratégia da sua marca. Marcas fortes, com identidade clara e público fiel, conseguem vender bem em qualquer período do ano, com ou sem descontos. O mais importante é conhecer o seu público, construir confiança e destacar seus diferenciais. Transparência e escolhas verdadeiras são fundamentais para evitar danos à reputação e criar um relacionamento a longo prazo com o consumidor. Afinal, em um mercado onde desconfiança e fraudes são preocupações reais, credibilidade e consistência podem valer mais do que qualquer promoção passageira.


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