Sucessão e organização de empresas familiares
Muito se diz da gestão de empresas “familiares” e das empresas ditas “profissionais” contrapondo em muitos aspectos a gestão de ambas, mas nem sempre com uma base sólida. Historicamente, vemos que muitas empresas que hoje são grandes grupos, nasceram de empresas familiares, já que há um movimento natural de envolvimento da família quando um empreendedor começa seu negócio.
Seja pelos laços de confiança, fidelidade, fraternidade ou ainda para se preservar o capital investido, a garantia do retorno do trabalho, por tradição, herança ou ainda por valores morais, há um natural movimento de inserção da família no contexto empresarial.
O empreendedor é aquele que gera, acumula e distribui a riqueza. A partir da segunda geração, a empresa deve ser capaz de agregar valor a si mesma aumentando a riqueza. Muitas vezes os herdeiros são em maior número, assim como seus objetivos e aspirações. E nesse ponto podem iniciar os conflitos, se as aspirações e objetivos dos herdeiros não forem alinhadas ao propósito da empresa.
Já sabemos que empresas em que a totalidade dos sócios herdeiros dependem financeira e profissionalmente da empresa tende a se destruir pela pulverização do negócio.
Os atuais empreendedores devem desenvolver uma visão de futuro clara considerando a perpetuação do seu negócio.
Na fase inicial da empresa a relação entre o criador e a criatura (empresa) é muito forte. Querer analisar as estruturas empresariais sem levar em consideração as relações familiares envolvidas, os sentimentos e valores é um grande equívoco.
O futuro da empresa está intimamente ligado a relação que seu fundador tem com sua empresa e com a estrutura familiar que o cerca. Muitas vezes um brilhante empreendedor foi um pai ausente, se tornando a ligação com seus herdeiros difícil e um exemplo a não ser seguido.
É importante diferenciar o empreendedor do empresário. O empreendedor é o que cria, gera um novo negócio e o empresário é aquele que perpetua uma ideia.
Floriani e Rodrigues (2000) comentam que o processo sucessório das empresas familiares se constitui no que pode ser denominado de “ponto crítico do seu bom desempenho e, principalmente, da sua perpetuação”, destacando: [...] a solução do processo sucessório passa necessariamente pela estruturação de um bom plano de sucessão, que permita a continuidade dos negócios, com sucesso. Para se alcançar tal objetivo, é necessário detectar quem está disposto a ser o sucessor, qual sua competência em gestão empresarial e até que ponto está preparado para assumir o comando da empresa. Desta análise sairá, então, um plano de preparação do potencial sucessor.
Adaptar a sucessão a este cenário, contando com o apoio de uma consultoria especializada pode impulsionar e melhorar os resultados dessa transição.