Suricata. Ou o poder do “Oh!”
Suricata. Sempre achei graça a este nome. Agora ainda mais, pois é um dos muitos que costumo chamar ao meu filho. Suricata, porque às vezes mal acorda, estica logo o pescoço, aponta para uma coisa qualquer e exclama: “Oh!” Como se tivesse acabado de descobrir algo fantástico!
Quando andamos mais distraídos com afazeres e rotinas, as crianças têm esse poder de nos lembrar do “Oh!” -ou como a língua inglesa descreve “Awe”. A capacidade de apreciar e nos maravilharmos com a beleza escondida nas coisas. Conheço poucas pessoas que em adultas conseguem cultivar com aparente facilidade esta capacidade. Admiro-as imenso!
Domingo fui ao Jardim Zoológico e tive muitos momentos “Oh!”. Os animais têm esse poder de me emocionar e elevar o espírito!
A minha proposta para esta semana é simples, e ainda assim difícil de tão simples que é: Apreciar a beleza naquilo que nos rodeia.
- Escolher algo para apreciar: na natureza, num museu, num concerto, em casa…
- Contemplar durante vários minutos. Repetir. Sem pressa.
- Sentir-se inspirado através do que observa, cheira, sente, saboreia. Todos os sentidos são permitidos.
- Refletir, escrever ou partilhar a experiência com outro significativo.
Parece fácil?
Nem sequer é preciso sair de casa para o fazer. Um fotógrafo ambientalista que muito me inspira e que faz documentários do outro mundo, sobre este em que vivemos, é Yann Arthus-Bertrand. Eis dois deles que podem servir de inspiração para o desafio:
– 7 mil milhões de Outros – sobre a humanidade, ou o que nos une (excerto de apresentação, mas há muitos temas, basta procurar no youtube).
– Home – sobre o nosso planeta.
PS: Se ainda tiverem dúvidas sobre o poder do “Oh!”, leiam o artigo de Sandip Roy, “What is the meaning and power of awe?”