Tá sentindo que falta alguma coisa?
Fonte da imagem: The Detroit J News

Tá sentindo que falta alguma coisa?

Precisamos concordar que tivemos um começo de ano difícil. Sei que adoraríamos estar todos aqui felizes e celebrando mais um ano que começou com esperança e frases motivacionais. Mas a verdade é que começamos com muitos de nós e muitos dos que amamos doentes de alguma coisa; desastres e tragédias nos jornais todos os dias; e uma sensação frustrante de ano da marmota (porque já não é mais um dia apenas que se repete).

Nesse cenário, eu não sei você, mas eu comecei a sentir que faltava algo. Me deu uma vontade de comer coisas que há muitos anos eu já não consumia (tipo um pacote de bolacha Passatempo inteiro com salgadinho durante uma reunião logo depois do almoço). E como começo de ano também é um chamado para reflexão, eu comecei a pensar no que estava faltando em mim para no dia 3 de janeiro eu já estar querendo compensar comendo até as paredes da casa com requeijão. 

Não precisei de muito para entender que o cenário global instável e a vontade de comer estavam relacionados. Para uma "realizadora" como eu, é difícil demais não ter poder nenhum para mudar nada. Por alguma razão, eu não consigo sozinha resolver os problemas do mundo (ironia). Então o que está nas minhas mãos para resolver?

Bom, eu descobri que algumas coisas importantes. Tem muito em mim que eu posso olhar e colocar energia para ajustar e estar mais preparada para o cenário louco e incerto que todos estamos inseridos. Foi aí que percebi quais são as minhas verdadeiras carências nesse momento:

  • Fome de espiritualidade: aqui eu estou falando de religião, mas também dos meus próprios rituais de autocuidado. Rezar, mentalizar coisas boas, limpar as energias negativas. Eu acredito muito em energia e esse ano não quero manter perto de mim as que que me façam mal. Estou me organizando para manter esses rituais e a periodicidade deles. Eu me percebi falando muitos palavrões ou falando mal de pessoas. Isso também faz parte da energia que eu estou emitindo e não estou feliz com ela dessa maneira.
  • Fome de conhecimento: eu sou naturalmente muito curiosa e aprender coisas novas sempre me fez muito bem. É uma das formas de nutrição que mais me satisfazem. Mas ano passado muitas vezes me peguei postergando para aprender sobre algo que eu queria. Eu me dava desculpas de que estava cansada ou ficava num questionamento constante de se o tema era mesmo importante ou não. Chega disso! Já estou recuperando a minha rotina de começar e terminar o dia com leituras enriquecedoras. Além de oficializar a minha relação com os podcasts, pelos quais sou assumidamente apaixonada. (Quem me segue no Instagram sempre vê as recomendações dos episódios que mais gostei nos stories). 
  • Fome de relações que agregam: a pandemia esfregou na minha cara que eu não sou ninguém sozinha. Eu sou o resultado das interações que eu tenho e das pessoas com quem eu convivo. Então eu decidi conviver mais com as pessoas que realmente fazem diferença para mim. As pessoas com as quais eu aprendo, admiro e tenho trocas de qualidade. Esses amigos com quem eu possa rir de coisas bobas, mas também ter conversas sérias e falar de sentimentos sem medo. Este ano, eu vou dedicar mais tempo para manter essas relações e estar mais perto acompanhando pessoas especiais. Se você já for um expert nisso e quiser me dar umas dicas, eu estou aceitando muito.  

Entender melhor essas minhas outras necessidades foi muito importante para organizar e planejar o que eu quero consumir de verdade esse ano. Nós recebemos influências de tantos lados que às vezes não percebemos que podemos nos blindar um pouco do que seja negativo e deixar entrar o que verdadeiramente agrega. Depois dessas reflexões, eu sinto que estou mais preparada para encarar as necessidades que alimentam a minha alma. 

Conta pra mim o que nutre você?

Christiane Cralcev

Gerente Sênior de Gestão de Conhecimento e Parcerias na Pacto Global da ONU - Rede Brasil

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Rai! Que delícia de texto! Exatamente assim que nos sentimos e nunca foi tão importante olharmos pra dentro pra podermos ser elos mais fortes dessa rede onde estamos interligados.

Andreia Gonzalez

Business Manager and Executive Assistant to MD Brazil - Oracle

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Que reflexão sensacional amiga ! Comecei o ano com muitos objetivos e aprendi que se eu não colocar o que eu preciso fazer em uma agenda, nada irá acontecer. Não quero ser uma procrastinadora esse ano e comecei Janeiro terminando a leitura de um livro 📕 mas o objetivo é ler muitos livros esse ano. Bora focar um ano extraordinário ❤️❤️

Mariana Rosanti S. M. Lima

Due Diligence and Business Practices Senior Manager for A&C - Latin America | Volunteer | Handcrafter

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Sensacional Raisa! Tb presto mais atenção qdo "nada ta bom", seja o tempo, seja a comida, seja o humor e tento limpar essa energia negativa q toma conta. Obrigada por compartilhar :)

Priscila Siqueira

SVP & Head of Brazil, Corporate Business at Wellhub (formerly Gympass)

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Que belo texto e reflexão Rá, eu já estou em 12 de Janeiro e essa ansiedade ainda está por aqui 😁 Mas também já fiz essa reflexão e a minha fome é de conhecimento, aprender e realizar coisas novas e diferentes em qualquer uma das dimensões da vida, isso é o que me mantem viva e mentalmente saudável. Assim como você já iniciei o ano com o objetivo e ações para fazer, aprender e contribuir mais. 😘

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