Tecnologia como Ferramenta para o Desenvolvimento Social

No dia 20 de novembro de 2024, celebramos o primeiro ano oficial de homenagem a um dos maiores heróis quilombolas do Brasil: Zumbi dos Palmares. Esta data é importante não apenas para lembrar a luta e a resistência dos negros, mas também para refletirmos sobre o legado das ações democráticas realizadas pelos negros, brancos e indígenas na “República dos Palmares” nos séculos XVII e XVIII. Ao trazer esse contexto para o universo da tecnologia, podemos enxergar novas formas de pensar e agir no mundo sem perder a conexão com nossas ancestralidades.

A renomada escritora e editora brasileira Cidinha da Silva (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1967) é uma das principais vozes a abordar as experiências afrodiaspóricas e a destacar elementos da cultura e identidade africanas que moldaram a presença negra no Brasil. Em seu livro Tecnologias Ancestrais de Produção de Infinitos, ela promove um debate sobre a atual condição criativa, intelectual e tecnológica da população negra no Brasil, que transita entre a reinvenção da vida dos nossos ancestrais e a manutenção dessas tecnologias como herança. Para Cidinha, "o infinito é o sonho, a alegria, o encanto que possibilitam que a gente contraponha a morte."

É nesse contexto de reinvenção e resistência que a tecnologia se torna uma ferramenta fundamental para a construção de futuros mais justos e igualitários. Usar a tecnologia como um meio de concretizar sonhos e alcançar objetivos deve ser, e sempre deveria ser, um dos principais compromissos de empresas no setor tecnológico. O sonho, enquanto força criativa, é o motor que impulsiona as revoluções. Ser tecnológico é, acima de tudo, ser social. E não podemos falar de tecnologia sem falar de cidadania.

É necessário que mais empresas, como a Procempa, integrem questões cidadãs em suas atividades, promovendo a inclusão e a justiça social. Precisamos ser cidadãos, ser disruptivos frente a tudo aquilo que não nos acolhe ou nos representa, e, acima de tudo, devemos sempre ser Palmares. Isso significa cultivar um espírito de resistência, de construção coletiva e de valorização das raízes que nos formam, utilizando a tecnologia como uma poderosa ferramenta de transformação social.

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