Teletrabalho – Não foi o que sempre pedimos?
Teletrabalho, flexibilidade de horário, ter mais tempo para estar com a família, poupar tempo e dinheiro nas deslocações – são apenas alguns aspetos que colocavam as organizações na vanguarda das boas práticas de RH.
Quem não gostaria de trabalhar nestas condições? Pois é… por razões alheias à vontade das organizações e até dos próprios colaboradores, a comunidade laboral viu-se obrigada a implementar estas e outras medidas num curto espaço de tempo.
Mas, esta mudança, pelo facto de ser repentina e inesperada gera um momento de CRISE. Um momento onde o medo do desconhecido e o pânico se instalam, onde a adaptação tem de ser rápida e eficaz, onde se exige demais de tudo e todos… E agora? Como é que cada um de nós, na função que desempenhamos, vamos conseguir manter a calma? Gerir as nossas emoções? Priorizar as nossas tarefas e estabelecer rotinas?
Todo este turbilhão de emoções e sentimentos podem ser altamente prejudiciais ao nosso bem-estar psicológico. Podemos bloquear com o medo, deixarmos de ser funcionais, deixarmos de ser produtivos e, principalmente, deixarmos de ser pessoas equilibradas e felizes.
Nunca a SAÚDE MENTAL teve um peso tão importante nas nossas vidas!
O Coronavírus veio para nos testar, para pôr à prova as nossas capacidades de resiliência e de adaptação. Declarada “Pandemia” pela OMS e “Estado de Emergência” pelo nosso governo, significa que a saúde e vida de todos nós está em risco. Que estamos perante uma crise de saúde pública global, mas também, na iminência de uma crise social e económica.
Ao mesmo tempo que temos de ser agentes de saúde pública, mantendo isolamento social e medidas de higiene rigorosas, temos de ser pais, educadores, cônjuges, trabalhadores (mesmo que de uma forma diferente) e mais um sem número de papéis que nos foram atribuídos de forma abrupta. As preocupações são muitas. Temos de manter os filhos ocupados, cuidar da sua educação, manter a casa limpa e arrumada, fazer a gestão eficaz dos bens de primeira necessidade e ainda manter o nosso posto de trabalho, contribuindo para que a nossa organização se mantenha viva.
São preocupações demais para uma pessoa só!
A minha intenção com estas palavras, não é alarmar. Mas sim dizer que é normal. Que partilhamos todos dos mesmos medos e incertezas. Poderia deixar uma série de dicas práticas, mas também não é essa a minha intenção. A mensagem que quero deixar, é que é extremamente importante mantermo-nos focados, fortes e estáveis psicologicamente!
Devemos para isso nos munir de todas as nossas ferramentas internas e pô-las à prova. E caso sozinhos não consigamos, saber que existem profissionais especializados, com um ouvido treinado para nos escutar e nos ajudar a gerir as nossas emoções.
Não estamos sozinhos nesta batalha. Remamos todos para o mesmo lado, na esperança de atracar num porto seguro!
Ana Ruivo | Gestora de Projeto | Clínica da Mente