Tem jeito!
Rio de Janeiro, Copacabana, Brasil, 15 de novembro de 2018.
A praia estava cheia. Feriadão, sol quente, água gelada, e de repente o moço da barraca começa a se agitar: “criança perdida, batam palmas”.
Subitamente, todos naquele cantinho da praia começam a bater palmas. Nunca tinha visto esta técnica, mas achei sensacional, pois ajuda a dar um norte a quem busca identificar um pontinho no meio da multidão.
Foram pelo menos cinco minutos de palmas e agonia. A criança estava calma, amparada por um grupo que logo tratou de leva-la para perto da água para que ficasse mais visível.
Enquanto batia palmas eu chorava. Emocionada pelo gesto coletivo, empática com aqueles pais e imaginando o desespero que ficaria, enfim.
De repente, o pai chegou. Na ânsia de tentar encontrá-lo tinha seguido para o outro lado da praia. Pegou o menino nos braços e todos bateram palmas de novo, mas aí era por outro motivo.
Esta história toda é pra dizer que tem jeito. Tem jeito de a gente sacudir esse egoismo e egocentrismo e olhar para o lado. Tem jeito de sairmos da nossa bolha para essa outra grande bolha chamada planeta. Tem jeito de mudar o que não está bom e recuperar nossa essência humana, da solidariedade.
A mudança tá aí nas nossas mãos, nas palmas, no coração.
E vambora que hoje é dia de trabalho!