Temos que falar sim de Suicídio em Longevos no RS: Dados do DATASUS 2017
Marlon Cássio Pereira Grigol – Fisioterapeuta - Mestre em Gerontologia Biomédica PUCRS - marlonfisio@gmail.com
Ilva Inês Rigo – Enfermeira – Mestre em Gerontologia Biomédica PUCRS - ilvainesrigo@gmail.com
Ana Paula Tiecker – Fisioterapeuta - Mestranda em Gerontologia Biomédica PUCRS – anapaulatiecker@hotmail.com
Ângelo José Gonçalves Bós - Médico - Professor Titular da Escola de Medicina da PUCRS - angelo.bos@pucrs.br
- Introdução
A taxa de suicídio em idosos é o dobro do que acontece nas outras faixas etárias. Os longevos (80 anos ou mais) apresentam características clínicas distintas, com maior vulnerabilidade a alterações fisiológicas e psicossociais do envelhecimento. Compreender esse processo pode embasar o desenvolvimento de políticas públicas para sua prevenção.
- Objetivo
Estudar o perfil das mortes por suicídio entre longevos no Rio Grande do Sul no ano de 2017.
- Método
Foram analisados os dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do DATASUS referentes aos óbitos por suicídio em longevos, no RS em 2017.
- Resultados
No ano de 2017, foram relatados no SIM no RS 65 óbitos por suicídio entre longevos, 16,9% mulheres, 86,1% brancos, 40% casados e 24,6% viúvos. Quanto ao local de ocorrência, 80% foi no domicílio. Em relação à causa básica do óbito, segundo o CID, foram mais frequentes os suicídios por enforcamento (56,9%), outras causas (20%), arma de fogo (15,4%), ferimentos por objeto cortante ou penetrante (7,7%). Somente 1,5% dos atestados de óbito tinham registro de transtorno mental, como depressão, outros transtornos de humor, esquizofrenia e outros.
- Conclusões
Os resultados corroboram com as estatísticas gerais de suicídio, que relatam ser o sexo masculino o que tem mais efetividade na tentativa de suicídio. O enforcamento possivelmente foi a técnica de escolha pela facilidade de adquirir o material. Surpreendeu a inexistência de transtorno mental relatado no atestado de óbito, uma vez que a literatura relata que o suicídio é mais frequente entre indivíduos com algum transtorno psíquico. Reconhecer esse assunto é uma pauta fundamental para que venhamos a discutir formas de prevenir tal prática. Pelo direito de viver aos longevos. Por isso converse com um longevo! Dessa forma Fale, ouça ninguém está sozinho...