Riscos e benefícios da influência da luz ambiente LED no corpo humano. Fique de olho!👀
Perguntas como: ”lâmpada LED dá câncer?”, “lâmpada LED prejudica a visão?”, “lâmpada LED queima a pele?” tem sido muito frequentes. Essas são algumas das dúvidas têm inquietado os consumidores da iluminação LED sobre possíveis riscos à saúde, se existem ou não. É fato a inundação do mercado brasileiro por produtos de baixa qualidade – especialmente iluminação LED, o problema é que além de prejuízo financeiro também colocam em risco a integridade do consumidor não só por incendiar a instalação mas pela possibilidade de contribuir com a causa doenças graves. Saiba como.
O IMPACTO TEMPERATURA DE COR DA LUZ NA FISIOLOGIA HUMANA
Estudos comprovam a influência da temperatura de cor do ambiente sobre o funcionamento do corpo humano de maneira a aumentar sua produtividade ou proporcionar sensação de descanso apenas com o ajuste da temperatura de cor da luz sincronizado com o relógio biológico interno humano.
Experimentos realizados pelo Departamento de Medicina Respiratória do Hospital Whittington em Londres em conjunto com a Philips da Holanda em 2007 comprovam que na retina do olho dos mamíferos existem células fotorreceptoras, as Células Ganglionares Fotorreceptoras da Retina (PRGC – sigla em inglês), as quais não estão relacionadas com a visão, mas sim com a detecção da intensidade da luz ambiente atuando na regulagem do tamanho da pupila, resposta do olho e, principalmente, pela regulação do ritmo circadiano (nosso relógio biológico baseado no período de 24 horas correspondente ao ciclo noite-dia), produção de hormônios como cortisol, melatonina entre outros e pela liberação da melatonina pela glândula pineal localizada no centro do cérebro.
No experimento, dois grupos de pessoas de uma companhia foram expostos a iluminações diferentes, um a 2900K e outro a 17000K por algumas semanas. Constatou-se que temperaturas de cor correlata (CCT) altas, cuja porcentagem de luz azul no seu espectro é bem maior, são altamente eficientes para aumentar o estado de alerta, vigilância psicomotora, concentração, melhora o humor, a qualidade do sono, alivia o estress, reduz a sonolência e promove bem estar. O grupo demonstrou crescimento significativo da produtividade.
As Células Ganglionares Fotorreceptoras da Retina são extremamente sensíveis particularmente à região espectral entre 460 nm e 480 nm que corresponde a luz AZUL. Quando essas células são excitadas, induzem o processo de supressão do hormônio chamado melatonina da corrente sanguínea, ou seja, diminuição da quantidade antes liberada pela glândula pineal. A melatonina é o hormônio responsável pela regulação química do ciclo “dormindo-acordado”. Sua liberação no sangue humano aumenta antes da meia-noite e atinge os maiores níveis durante a noite e é completamente dependente do espetro de luz recebido. Partindo daí, é possível, através do CONTROLE da quantidade de luz azul, influenciar o ciclo “dormindo-acordado” de maneira muito eficiente.
A relação entre a temperatura de cor do ambiente e o ritmo circadiano dos mamíferos em geral é a seguinte: a diminuição da porção de luz azul faz o corpo entrar em estado de sonolência com a liberação da melatonina na corrente sanguínea fazendo o ritmo circadiano diminuir. Por outro lado, aumentar sua porção no espectro da luz ambiente tem como resposta a retirada do hormônio da circulação sanguínea entrando em estado de alerta. Com base nisso a iluminação do ambiente pode ser usado em benefício da saúde e bem estar humano potencializando o nível de atenção ou de descanso conforme a conveniência. Portanto, baixas temperaturas de cor como 2.700~3.200K cuja porção de luz azul é baixa, estimulam a glândula pineal a liberar a melatonina colocando o organismo em estado de descanso. Por isso esses ambientes dão a sensação de aconchego.
Os estudos tiveram por conclusão que os efeitos biológicos não visuais influenciam diretamente o comportamento físico, psicológico e fisiológico humano quando da exposição do organismo à luz azul.
RISCOS DA EXPOSIÇÃO EXCESSIVA À LUZ AZUL
O relógio biológico interno é determinado pelo DNA, sincronizado com o ambiente externo, a luz natural do dia, e ajustado por estímulos externos: variação da temperatura de cor da luz ambiente, intensidade da luz e temperatura do ambiente durante o ciclo de 24 horas, ou seja, nosso ciclo interno de controle da quantidade de hormônios na corrente sanguínea está em perfeita sintonia com os períodos de iluminação do dia.
A supressão da melatonina e de outros hormônios da corrente sanguínea é benéfica SOMENTE durante o dia para manter os níveis de alerta. Após o pôr-do-sol, no entanto, sua liberação é necessária para ativação do estado de descanso e para manter o relógio biológico ajustado. Logo, os baixos níveis desses hormônios no período de descanso do ciclo “dormindo-acordado” podem ter como consequência a descompensação fisiológica, comportamental e psicológica do indivíduo. Luz azul em excesso no sistema óptico humano fora do período correto do seu relógio interno se torna em malefício.
O EXCESSO na quantidade e do tempo de exposição à luz azul que, segundo pesquisas do Instituto de Medicina de Harvard (leia o artigo aqui), pode causar DESCONTROLE do relógio biológico do indivíduo atacando frontalmente o funcionamento da compensação hormonal do indivíduo, a qual é extremamente importante para a saúde e bem estar, contribuindo assim para a causa do câncer, diabetes, doenças cardíacas e obesidade. Não apenas lâmpadas LED mas telas de computador e celulares também emitem luz azul. O excesso é entendido como exposição ao espectro azul fora das condições naturais ambientais externas em grande intensidade, fora das porções dosadas na luz natural.
Isso é tão importante que o IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) publicou o artigo “Spectral Optimization of Three-Primary LEDs by Considering the Circadian Action Factor” sobre a otimização de LEDs brancos com base RGB (Red, Blue, Green), com o ajuste das quantidades da temperatura de cor que o controle da quantidade de luz azul de acordo com os períodos do dia.
As lâmpadas de LED branco similares liberam muita luz azul para o ambiente por que a camada de fósforo é empobrecida, muito fina e sua distribuição, irregular. Por isso a luz resultante apresenta tom azulado. Esse tipo de dispositivo sofre economia de materiais e componentes originais de projeto substituindo-os por outros mais baratos para diminuir o preço do produto e com isso perde a segurança, a qualidade e a durabilidade. Sua luz distorce as cores do ambiente (IRC baixo) tornando-o desconfortável e irritante além do circuito eletrônico ser suscetível a interferências de outros equipamentos eletrônicos, pois carece das proteções responsáveis por sua blindagem. Esse último fator é a causa de outros problemas com iluminação LED, entre eles, o dispositivo piscar quando desligado. Por esse motivo, sob qualquer ponto de vista, a lâmpada LED genérica não tem vantagem alguma.
Os dispositivos de alto desempenho, e por consequência de preço de mercado mais elevado, passam por ajuste fino no processo produtivo LED a LED e a emissão de luz azul é muito menor. Se já é perigoso estar exposto à luz azul no período noturno de qualquer fonte que seja (telas de computador, smartphones, televisores) imagina ser bombardeado pela enorme quantidade produzida pelas lâmpadas similares? Portanto, a qualidade da luz não é apenas necessária mas fundamental não só para o bolso mas para a saúde também.
O Instituto de Medicina de Harvard recomenda:
"Proteja-se da luz azul à noite
- Use luzes vermelhas fracas para luzes noturnas. A luz vermelha tem o mínimo de energia para mudar o ritmo circadiano e suprimir a melatonina.
- Evite olhar para telas brilhantes de duas a três horas antes de dormir.
- Se você trabalha no turno da noite ou usa muitos dispositivos eletrônicos à noite, considere usar óculos de bloqueio azul ou instalar um aplicativo que filtre o comprimento de onda azul / verde à noite.
- Exponha-se a muita luz durante o dia, o que aumentará a sua capacidade de dormir à noite, bem como o seu estado de espírito e alerta durante o dia.”
Fonte: https://www.health.harvard.edu/staying-healthy/blue-light-has-a-dark-side
Gostou? Deixe seu comentário!
Ficou curioso ou com dúvida? Deixe sua pergunta e terei satisfação em responder! Envie e-mail para mayrah@febralux.com.br.
Faça sua sugestão de artigo. ; )
Um grande abraço!
Mayrah F. Moraes
Fontes: Journal of Circadian Rythms, Research: The effect of high correlated colour temperature office lighting on employee wellbeing and work performance Peter R Mills*1,2, Susannah C Tomkins1 and Luc JM Schlangen3; Harvard Health Letter - Blue light has a dark sideWhat is blue light? The effect blue light has on your sleep and more. Published: May, 2012-Updated: August 13, 2018; IEEE Photonics Journal- Spectral Optimization of Three-Primary LEDs by Considering the Circadian Action Factor Volume 8, Number 6, December 2016, Open Access.