TEMPESTADE DILUVIANA

TEMPESTADE DILUVIANA

Esse querido “.....país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza...” , conforme canta o poeta Jorge Benjor; passa por um dos momentos mais delicados e tristes de toda a sua história. Incluo aí, não só os períodos da Velha e Nova República, como também, o do Império.

Como se não nos bastasse que os governos populistas dos últimos anos nos colocassem numa das piores recessões de todos os tempos, amparados numa forma de sustentação política execrável, ainda somos obrigados a assistir a forma amoral com a qual o atual governo, pós-impeachment petista, se sustenta no poder. A nossa nação está estática a mais de três anos, definhando igual a um moribundo no seu leito de morte, e assistindo perplexa ao velho toma lá, dá cá, da troca de favores por cargos e toda sorte de benefícios que possam ser traduzidos (comprados) por votos, nas alianças partidárias dos bastidores palacianos; numa forma escancarada de exercício do escárnio aliado com a total falta de ética e de compromisso real com os interesses do povo brasileiro.   

Longe de ser apenas um período recessivo, até mesmo porque o Brasil já passou anteriormente por vários ciclos de dificuldades na sua economia, estamos mesmo diante de uma brutal depressão econômica sem similar, fato inclusive corroborado pelo atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, quando disse ele que: “A recessão de 7,3% (herdada do governo que antecedeu o atual), foi pior do que a gerada pelo crash de 1929.”

Vocês nessas alturas estão a me perguntar: “E o que uma coisa tem a ver com a outra?”. Tudo meus amigos! Tudo! Apesar do discurso governamental da retomada da confiança dos empresários e consumidores, dos sinais de recuperação da atividade econômica (bem tímidos, diga-se de passagem), da queda da inflação, da diminuição das taxas de juros, da reforma da CLT (nos empurrada  como a grande panaceia das relações trabalhistas) e da diminuição dos índices do desemprego; fico a pensar se a forma como esses propalados ganhos e vitórias que estão sendo obtidos, na realidade, não está apenas disfarçando uma situação futura ainda mais grave atingindo a “falência múltipla dos órgãos” desse agonizante.

O nosso grande problema é a falta de novos e bons nomes que venham a substituir essas pessoas que nos levaram a essa situação humilhante de bancarrota. Procuramos, damos um giro de 360º a nossa volta e o que vemos são os mesmos rostos, com os mesmos discursos, com as mesmas soluções para os velhos problemas nacionais, mas, sem nenhuma preocupação real e visível com o destino do país, a não ser, consigo próprio e a perpetuação no poder.

Com tudo isso, estamos abrindo brechas para que discursos trevosos e reacionários, que nos remetem a um período dos mais duros que já vivemos, voltem apoiados por uma parte saudosista, e outra desinformada, da nossa população. Na realidade, esse apoio pode ser entendido como um grito de revolta da sociedade brasileira diante de tanto descalabro moral e permissividade.

Não sou arauto do pessimismo e nem sou “torcedor do contra”, muito menos ainda, faça parte do bloco do “quanto pior melhor”, até mesmo porque estou no mesmo barco como milhões de irmãos brasileiros, mas, verdadeiramente o que me preocupa é que essa linha tênue que está separando a nossa estabilidade política-econômica-social do caos total, não suporte essa tempestade diluviana por muito mais tempo.


Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Antonio Moraes

  • MITO OU MENTIRA?

    MITO OU MENTIRA?

    Quem acredita que Jair Messias Bolsonaro não está trabalhando, se engana redondamente, ele está desempenhando com…

    2 comentários
  • UM NOVO MODELO DE “GUERRA FRIA”

    UM NOVO MODELO DE “GUERRA FRIA”

    Atenção para essa cena: Em uma base militar secreta, de lançamentos de mísseis nucleares, o oficial de plantão, ao…

    1 comentário
  • DESCARGA DE GRANÉIS SÓLIDOS

    DESCARGA DE GRANÉIS SÓLIDOS

    A logística que envolve uma operação portuária, de movimentação de carga e descarga de granéis sólidos, pode se tornar…

    3 comentários
  • A INDIFERENÇA COM A NOSSA LOGÍSTICA

    A INDIFERENÇA COM A NOSSA LOGÍSTICA

    Infelizmente, por um caso muito agudo de miopia administrativa, talvez descaso ou, ainda mais grave, por incompetência…

    3 comentários

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos