Teoria U
Como ela pode transformar a maneira de resolver problemas complexos
Imagine que você está enfrentando um desafio complexo, seja na sua empresa ou na vida pessoal. Você já tentou de tudo, soluções rápidas, mais esforço, novas ideias, mas nada parece resolver a questão de forma definitiva. Talvez o que você precise não seja mais uma solução, mas sim uma nova maneira de enxergar o problema. Durante meu curso de coaching e psicologia positiva aprendi mais profundamente sobre essa metodologia e desde entao, venho inserindo na minha vida.
Essa metodologia da Teoria U, foi desenvolvida por Otto Scharmer, e pode fazer toda a diferença.
A Teoria U oferece uma abordagem inovadora para lidar com desafios, focando na consciência e na conexão profunda com o que realmente importa. Em vez de correr em busca de respostas imediatas, somos convidados a desacelerar, ouvir com atenção e explorar a fundo o problema. Isso nos ajuda a co-criar soluções que estejam alinhadas com um futuro que queremos construir.
Trata-se de uma abordagem de liderança e mudança organizacional. Ela recebe esse nome porque o processo de transformação proposto se assemelha ao formato da letra “U”. Em vez de buscar soluções rápidas, descemos o U para explorar o problema em profundidade, passando por várias etapas que nos levam a um ponto de presença plena, onde novos insights emergem. A partir daí, começamos a "subir" o U, colocando em prática essas soluções.
Aqui vou detalhar melhor sobre ss 5 Etapas da Teoria:
O processo começa com uma escuta ativa e sem julgamentos. Nesta fase, você deve abrir sua mente e coração para ouvir todas as vozes envolvidas, incluindo emoções, intenções e percepções. Isso cria um campo comum de entendimento.
Agora, é hora de vivenciar o problema ou a oportunidade de diferentes ângulos. A ideia é mergulhar profundamente no contexto, sentindo as nuances que nem sempre estão visíveis à primeira vista. Empatia e conexão são essenciais aqui.
No fundo do U, chegamos ao ponto de presença plena, um estado de clareza onde nos conectamos com as possibilidades do futuro. É o momento de pausar e acessar uma sabedoria mais profunda, permitindo que novas ideias e soluções apareçam.
Após acessar novas ideias, é hora de testá-las! Começamos a prototipar soluções em pequena escala, ajustando conforme o necessário. É um processo de tentativa e erro, sempre focado no aprendizado contínuo.
A fase final é implementar as soluções em grande escala, mas mantendo a disposição para ajustes contínuos. O aprendizado é constante, e as soluções devem evoluir conforme novas necessidades e desafios surgem.
E aqui trago o como Aplicar a Teoria U no nosso Dia a Dia:
Na prática pode ser transformador, imagine, por exemplo, uma empresa que enfrenta problemas de comunicação entre departamentos. Ao aplicar a Teoria U, ela começaria reunindo as equipes para uma escuta ativa, depois passaria por uma fase de imersão para entender as reais dificuldades de cada área. Isso seria seguido por um momento de presença e reflexão, onde novas ideias surgiriam naturalmente, culminando em uma prototipagem de soluções e, por fim, na evolução dessas ideias para uma implementação sustentável. Isso vai conectar ainda mais as pessoas, acredite, ja testei! E muitassss vezes!
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Aqui os principais objetivos da Teoria U:
Case da Nike (EUA)
A Nike, uma das maiores empresas de artigos esportivos do mundo, enfrentou um momento crucial de reavaliação de suas práticas e valores há alguns anos, quando foi duramente criticada por suas condições trabalhistas em fábricas de países em desenvolvimento. A crise afetou negativamente a imagem pública da empresa, que viu a necessidade de reconstruir sua reputação e gerar um impacto positivo a partir de uma nova abordagem mais ética e sustentável. A resposta da Nike a esse desafio foi profundamente influenciada pela aplicação da Teoria U, uma metodologia que visa transformar problemas complexos em soluções inovadoras por meio da escuta profunda, empatia e co-criação.
O primeiro passo da Nike foi envolver todas as partes interessadas — líderes, funcionários, ONGs, trabalhadores das fábricas e clientes — para entender profundamente as críticas recebidas. Ao invés de simplesmente reagir, a Nike optou por abrir espaço para o diálogo, buscando novas perspectivas e uma visão mais abrangente dos problemas que enfrentava. Esse foi um momento essencial para criar uma fundação de confiança e colaboração para as etapas seguintes.
Para criar um entendimento real das condições enfrentadas pelos trabalhadores em suas fábricas, os líderes da Nike foram até as próprias comunidades impactadas. Essa imersão foi fundamental para que os executivos da empresa pudessem sentir, em um nível mais profundo, o impacto humano de suas práticas. O contato direto com os trabalhadores trouxe uma nova camada de empatia e entendimento, ajudando a moldar soluções mais efetivas e genuínas.
Com as novas percepções, a Nike passou por um período de reflexão profunda, durante o qual repensou seus valores e práticas. O conceito de Presencing — que envolve a conexão com o futuro que quer ser criado — foi essencial para a empresa explorar novas maneiras de alinhar seus ideais de inovação e responsabilidade social. A Nike se reconectou com sua missão de "inspirar e inovar para todos os atletas," entendendo que essa missão deveria incluir também os trabalhadores de suas fábricas.
A fase de co-criação foi marcada pelo desenvolvimento de soluções inovadoras para os problemas identificados. Um dos passos mais importantes foi a implementação de um código de conduta rigoroso para as fábricas parceiras, garantindo melhores condições de trabalho. A Nike também estabeleceu parcerias com organizações de direitos humanos para monitorar e ajustar essas práticas conforme necessário. Essas mudanças foram prototipadas em algumas fábricas antes de serem expandidas globalmente.
A Nike, após implementar as novas práticas, continuou monitorando e ajustando suas abordagens para garantir sua eficácia e sustentabilidade a longo prazo. O compromisso da empresa com a melhoria contínua foi fundamental para reconstruir sua reputação e criar um impacto positivo duradouro, tanto nas comunidades em que atua quanto na percepção do público global.
Através da aplicação da Teoria U, a Nike transformou uma crise em uma oportunidade para se tornar um modelo de liderança corporativa responsável. A mudança não só trouxe melhores condições para os trabalhadores, mas também reforçou a posição da empresa como um exemplo de como grandes corporações podem combinar crescimento econômico com responsabilidade social.
E você, já conhecia essa abordagem? Como acha que ela pode ser aplicada na sua vida ou no seu trabalho?
Gerente de Sucesso do Cliente | Customer Success | Retenção | SAAS | B2B | B2C
1 mMuito bom! Eu já tinha ouvido falar, fui "apresentada" à teoria U recentemente num curso da Fluxus que fiz, mas foi muito bom complementar o conteúdo com essa aplicação prática da Nike.