Ter que parecer
É engraçado observar mudanças em algumas de nossas características ao longo da vida.
Na adolescência, fui aquela pessoa que gostava de ser o centro das atenções sempre, ter todos me olhando e mostrar para todos o que estava fazendo.
Hoje sou o exato oposto disso. Aquela típica pessoa “na minha”.
Faço as minhas coisas, apresento o que precisa ser apresentado, explico o que deve ser explicado e sigo a vida.
Sobre esse ponto, acredito que a mudança tem a ver diretamente com o amadurecimento que me fez perceber que não preciso de todos prestando atenção em mim, nem de ser conhecida por todos para estar indo bem em qualquer coisa que esteja fazendo.
Pelo menos pensava que não precisava.
E é aqui que a conversa vai para a esfera profissional.
Não é difícil ouvirmos da boca de gestores que não basta “ser” tem que “parecer”.
Ou seja, não basta fazer um trabalho incrível, você precisa esfrega-lo na cara de todo mundo para que todos saibam o quanto você é f0d@.
E que preguiça que isso dá...
Quem determinou que precisa sim?
Por que além de fazer, precisamos nos preocupar com o fato de estarem vendo o que estamos fazendo?
Não deveria ser assim.
Mais uma vez pensando no mundo ideal, acredito que @s gestor@s deveriam ser responsáveis por observar o trabalho executado por seus/suas subordinad@s, sem que esses precisassem se digladiar por atenção e reconhecimento e, principalmente, fazer com que outras pessoas também conheçam seus trabalhos, o famoso “nós fizemos” no lugar do “eu fiz” e, algumas vezes, “tal pessoa fez” no lugar do “nós fizemos”.
Confesso que há até bem pouco tempo, mesmo conhecendo “as regras do jogo”, não me importava com o que o fato de “não parecer” pudesse acarretar, sempre fui muito confiante em relação às minhas entregas, mas quando passamos por situações em que, por maldade ou desconhecimento mesmo, percebemos o quanto somos “ignorados”, bate uma dorzinha lá no fundo, principalmente no ego.
Para finalizar trazendo a responsabilidade para cada um de nós também, que tal começarmos a nos informar sobre as pessoas com quem vamos interagir em uma reunião, por exemplo, antes de soltar um “quem é você mesmo?” ou apenas nos calarmos e verificarmos depois, para não corrermos o risco de magoar alguém.
E o mais importante, tudo isso não é sobre cargos e títulos, é sobre pessoas, nomes próprios mesmo.
Gerente de TI | Albert Sabin | AB Sabin | Vital Brazil
5 aInfelizmente isso é a pura realidade do mundo corporativo.