Expectativa

Será um problema nosso ou dos outros?

Sempre me pergunto se nós a criamos ou se os outros a despertam em nós. Acho que um pouco de cada.

Com relação ao trabalho, ter/criar expectativas pode ser visto de duas formas: primeiramente, como grande motivador, aquilo que faz com que você busque ir sempre além, superar qualquer padrão para alcançar um próximo degrau que sua expectativa lhe apresentou, mas também pode ser aquilo que te derruba, aquilo que, quando não atingido, faz com que você perca toda a confiança em seu próprio trabalho, nos que te cercam e a vontade de fazer algo além do mínimo necessário.

É nesse segundo ponto que pretendo focar aqui.

Em uma reflexão “à Pequeno Princípe”, “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” também poderia ser apresentado como “tu te tornas eternamente responsável pelas expectativas que cria”, mas vamos compartilhar um pouquinho essa “culpa”?

Você que já foi responsável pelo trabalho de alguém, será que já não despertou expectativas que sabia não ser capaz de atender?

No fim das contas, todos nós (ou quase todos) queremos crescer profissionalmente, um salário melhor, um cargo melhor, uma empresa melhor... isso é o que nos move e, muitas vezes, é usado de maneira mais direta como motivação por nossos superiores imediatos.

Entendo como tática de obter melhores resultados, mas e a pessoa por que habita aquele “funcionário” motivado, como ela fica?

Precisamos ter responsabilidade emocional também no ambiente de trabalho (voltarei a falar desse tema em breve).

Viver é lidar com frustrações diariamente, mas quando a frustração é sobre algo que pareceu (ou fizeram parecer) estar muito próximo, pode não ser possível se recuperar (ou exigir um tempo muito maior do que o mercado em geral oferece para alguém sair de “um período ruim”).

Isso precisa ser levado em consideração sempre.

Precisamos buscar alternativas para manter a motivação sem alimentar expectativas inalcançáveis.

A pessoa “manda bem”?

Um elogio já vai cumprir um excelente papel nessa motivação: “você é foda”, “isso que você faz é muito bom”, “sua entrega é incrível”... tantas opções que não um “vamos tentar uma promoção”, “estou vendo um salário melhor para você” etc.

É óbvio que a segunda “abordagem” tem um peso muito maior, mas quando não cumprida, o tombo é bem mais alto também, além de abalar (muitas vezes de maneira irrecuperável) a confiança em quem não consegue depois atender as expectativas que foi responsável por criar.

Sabe aquela famosa e valiosa regra na criação de crianças, “não prometa o que não pode/vai cumprir”? Ela também é muito válida com adultos, principalmente no ambiente de trabalho.

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