TEXTÃO PRÓ-VIDA

ALERTA #elasim

Hoje acordei decidido a me manifestar mais uma vez, não no intuito de convencer o eleitor do Jair a votar no Haddad, se ele até hoje não entendeu o risco para nossa democracia de um homem como esse, que se dirige às pessoas de forma tão agressiva (além de autoritária e ditatorial), não cabe a mim te convencer que o amor é o caminho para conviver com as pessoas. Sorte na sua vida! Meu objetivo é dividir parte da minha história com quem me respeita de alguma forma e ainda não decidiu seu voto.


Fui um adolescente que sofreu muito bullyng, passei noites de viagens de escola trancado em banheiros por que não era possível dormir no quarto dos meninos sem que de alguma forma me assediassem moralmente e no das meninas não era permitido, em muitos momentos tive muito medo de ir para escola porque foi me dado um apelido de uma transexual de uma novela e eu sequer conseguia entender o peso de ser chamado daquela forma. Poucos me defenderam, alguns destes amigos que me defenderam hoje defendem o Jair, me pergunto o que aconteceu com eles. Alguns que não me defendiam hoje me contratam para trabalhos, com eles entendo o que aconteceu. Meus pais não sabiam lidar com isso, meus professores não sabiam lidar com isso e sabe o que era isso? Era um adolescente descobrindo a si mesmo, se conhecendo e acima de tudo compreendendo que para ser alguém bom não precisava ser igual aos outros, apenas o melhor que podia ser. Mas para isso sempre tive que tentar ser o melhor sempre e em tudo. Cansa.


No mercado de trabalho não foi diferente. Por muitas vezes perdi empregos pelas minhas escolhas de vida (escolha de ser feliz e não me encaixar em um padrão heteronormativo), tive que mudar meu modo de falar, de me posicionar e até pouco tempo não mandava áudio no WhatsApp porque minha voz me denunciava. Tornei-me escravo de mim mesmo. Hoje me libertei deste sofrimento, só trabalho para quem sabe quem eu sou e acredita que minhas escolhas não interferem na minha competência. Destaque da importância da família maravilhosa que eu tenho, sem eles era bem possível que meu futuro, vivido hoje, fosse outro. Entenderam-me, me acolheram, me amaram, me respeitaram, com limitações e exceções, mas as entendo e perdoo.


O que fazer? Já era decidido que não votaria no Jair, não porque acho que ele vai me matar, percebo que ele não tem nem saúde para isso. Mas porque a desumanidade do seu discurso fere diretamente a minha existência e de muitos que eu amo, ele endossa discurso de ódio, aquele mesmo que me atacava aos 14 anos e me fazia arrepiar por não ter como fugir (o colégio era em um shopping e cheio de grades). Não quero viver mais isso, o armário é um lugar bem frio e triste e muitos nunca conseguirão entender.


Ao comparar os planos de governo dos dois candidatos. Eu li, você leu? Pois bem, ao avaliar os planos pude notar muitas diferenças entre os planos propriamente ditos (estrutura, formatação, layout), mas a diferença mais impressionante se relaciona às propostas. Selecionei especialistas em cada área proposta (o que sei fazer muito bem) e estudei o que eles defendem. Tenho certeza que até quem vota no Jair já sabe, ele não tem condição para governar uma casa de família, quiçá um país, mas acredita que ele delegará as competências; lamento informar, ele não delegará, será como aquele patrão que o trabalhador conhece muito bem e que só pensa em tirar vantagem para si mesmo e por isso não consegue dividir tarefas, mas cobra, grita e não escuta. Demite sem avaliação, feedback ou possibilidade de melhoria. Objetivando o trabalhador a um nome na folha de pagamento, engessando sua subjetividade.


Na outra esfera temos como opção, mesmo que de um partido que eu não pretendia votar jamais novamente, um professor que não preciso destacar as inúmeras qualidades como ser humano, a coerência no discurso e a humanidade para ouvir o outro. E sim, muitos professores votam no Haddad, vou explicar porquê: nós que acreditamos na educação, esta que muitos desprezam em nome do empreendedorismo desacelerado, lutamos diariamente pela evolução dos alunos como sujeitos, lutamos pelo ensinamento de que para ser respeitado é necessário respeitar o outro e que ser honesto é o caminho para alcançar satisfação pessoal. O sujeito é recuperável, arma não resolve o que o discurso falha, escolhas diferentes não podem servir como bases para discriminação, o respeito vai fazer com que você seja mais feliz, ser livre para decidir sua vida te trará mais paz no coração, querer atingir os outros com discurso de ditadura só fere a você mesmo como sujeito, comparar Haddad a Mussolini só teria sentido se você estudasse Mussolini.

Pare, olhe para si e para quem você ama.


Concluo aqui com a seguinte mensagem, se você não decidiu em quem votar pesquisem os dois planos de governo. Já sabemos quase tudo sobre os dois candidatos. Não decida seu voto pelo seu pai, pelo seu patrão, pela sua igreja, nem pelo time de futebol. Não decida seu voto pelo que vê no WhatsApp, pelo que lê no Facebook. Decida pelos planos de governo, pelo que os jornais confiáveis dizem. Você acha mesmo que a Rainha do Pop, o Papa e os maiores jornais do mundo estão em um complô contra o Bolsonaro ou em luta contra o fascismo no mundo?


Pense nisso e lute por quem você ama!

Ofereça-me pedras e te darei flores!

wanderson bitencourt reis

Aluno na Universidade Federal Fluminense

6 a

👏

RODRIGO MAZZINI RODRIGUES

Diretor Administrativo OPENSEA CATERING

6 a

Esse textão deu gosto de ler

Juliana Peres

Engenheira de Produção.

6 a

Parabéns! Texto lindo! Brasil precisa de mais amor ao próximo! Resistiremos! 💪🏻❤️

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