Tic tac, ainda dá tempo?
Planejamento e expectativas de carreira
Contra o tempo
Dizem que o tempo passa rápido quando fazemos algo que gostamos. Quem diz isso nunca esteve longe das suas metas. Os motivos para o tempo “voar” na perspectiva profissional são muitos. Mais de 5 milhões de pessoas no Brasil trabalham fora da área que estudaram - IDados, Central dos Sindicatos Brasileiros, 2023. Se você leu a Newsletter sobre a geração Z, que “não quer ser líder”, agora, considere outro cenário: dentre esses milhões, 1,06 milhão está ligado a jovens de 22 a 29 anos que não conseguiram trabalhar na área de formação. O problema maior, como aponta a fonte, é que não absorver experiência na fase inicial da carreira os marcará para sempre, criando um “efeito cicatriz”.
O relógio de outro grupo de profissionais também parece ter um tic tac diferente. No ano passado, o LinkedIn fez uma pesquisa com 23 mil pessoas de 16 países e chegou a um resultado: “60% dos profissionais estão insatisfeitos com o emprego atual, e 20% já estão procurando uma nova posição”, Época Negócios. Pessoas insatisfeitas com salários, modelos totalmente presenciais, líderes e ambientes que prejudicam a saúde mental e, no resumo, não estão felizes com sua posição na empresa.
Os especialistas que participaram da pesquisa trouxeram dois pontos importantes. Profissionais: tenham certeza antes de agir. Pedir demissão sem ter uma outra opção, ou mesmo ter, mas sendo ela igual ao cargo atual, pode ser um grande problema. Empresas: cuidado para não perderem seus talentos por falta de reconhecimento, plano de carreira e oportunidades. Não à toa, nossa conversa de hoje falará com esses dois grupos. Primeiro, sabemos que ter completa ciência do que se quer fazer na carreira, sendo jovem ou não, é pedir demais. Aplicar programas para desenvolver e engajar e reter o time, também não é fácil. Vamos ver o que as fontes por aí nos sugerem como solução.
Lidando com frustrações na carreira
A Infomoney, em 2008, publicou um artigo sobre “Dicas para não se sentir na pior” ao lidar com frustrações na carreira. Nessa época, pense só, ainda não existiam tantos cursos, cargos, tecnologia, IA e… expectativas e frustrações já existiam. É bem por isso que o artigo ainda é atual. Ele começa falando que quanto mais expectativas criamos, maior será o nosso tombo. Frase dolorosa de ler, mas se continuarmos, acharemos pontos interessantes como: entender que pessoas são pessoas e vão errar, mesmo que sejam líderes; talvez seja preciso recalcular a rota; não existem empresas perfeitas; tenha metas realistas sobre sua carreira; não se cobre muito; se autoavalie. O último em especial não costuma aparecer nas fontes, embora devesse. Desejar um cargo e promoção requer compatibilidade que, por sua vez, muitas vezes exige desenvolvimento. Mas, como desenvolver sem oportunidade e sem reconhecimento?
Aí entra a outra fonte. A Alice, planos de saúde para empresas, trouxe um artigo parecido (2022), mas para o RH - como lidar com as frustrações do time. Tudo começa com conhecer as expectativas do colaborador. Você precisa saber quem deseja ser líder, quer trocar de área, virar um especialista ou está simplesmente insatisfeito. O “como” você deve estar cansado de ler. São coisas como “ofereça feedbacks, tenha metas bem definidas, ouça as pessoas e explore os potenciais individuais”. No resumo da ópera, podemos dizer que tudo começa e termina em uma conversa. O profissional precisa buscar ajuda e mostrar sua insatisfação. A empresa precisa oferecer apoio e deixar claro que se importa e deseja trazer solução para essa pessoa.
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2 minutos?
Enquanto você lia, cerca de 2 minutos já se passaram e não trouxemos solução e nem resposta alguma. Foi de propósito. É aqui que as coisas vão começar a fazer sentido. Primeiro, entenda que mesmo que se passem 2 minutos, 2 anos, ou 20 anos de carreira, ainda dá tempo de mudar tudo isso em 69 dias. Até aqui, só apresentamos dados e cenários diferentes para mostrar que sim, entendemos que os problemas são muitos.
Pessoas que tinham grandes expectativas de carreira e se frustraram logo no início, outras que estão insatisfeitas agora e não conseguem sair da posição, ou mesmo empresas, que não sabem o que fazer para lidar com isso. Não menos importante, sabemos que as fontes ajudam até a página dois. Interessante saber que o profissional precisa recorrer a empresa e ela deve reter ele de alguma forma. A grande questão é quando, como e onde essa conversa começa.
Para alguns, talvez para você, chegar agora na sala do seu líder e dizer que deseja uma outra área parece impossível, e são nessas questões que a hora passa ainda mais rápido e o Ano Novo parece com um ano velho. Se as estatísticas estão contra você, nem se fale. Apenas 8% das pessoas pretas e pardas ocupam cargos de liderança - pesquisa do Indique uma Preta e Cloo, Meio & Mensagem, 2024. A matéria mostra que esses colaboradores pretos excluídos ou incluídos sem uma cultura de diversidade são talentos, mas “ganharam” traumas ao longo da carreira por falta de oportunidades e, com o tempo, se desenvolver não fazia mais sentido.
Agora, no dia 24 de outubro de 2024, temos pessoas sobrecarregadas, cheias de expectativas e planos para a carreira sem saber o que fazer primeiro, ao mesmo tempo que lidam com a frustração e lutam contra o relógio (nos dê mais 1 minuto).
Recuperação e ação
Quem faz parte dos 92%, colaboradores pretos que não conseguem ocupar cargos de liderança, provavelmente, já está cansado de dar mais tempo. Um minuto é muita coisa. Você já deve ter ouvido falar sobre programas de diversidade e inclusão entre empresas e, quem sabe, imagine que são feitos de agendas e planos de longo prazo que parecem nunca saírem do papel e, pior, não alcançam o seu setor. Nos próximos segundos, vamos mostrar o porquê ainda tem jeito e tempo para sua carreira, esse ano.
Fernanda Mayol escreveu um artigo no Brazil Journal sobre expectativas profissionais, há dois anos. A boa notícia, segundo ela, é que, primeiro, o papel do RH e especialmente do CHRO é pelo menos duas vezes mais influente do que era no passado, no âmbito de estratégia - e isso pode contribuir a reverter o cenário de frustrações na carreira. Segundo, desenvolver pessoas é a principal prioridade das empresas para os próximos anos. Ou seja, o colaborador quer crescer e sua liderança precisa e deseja o mesmo, talvez só esteja faltando um empurrãozinho. Mas, ainda no plano das pautas, a Fernanda mostra que existem perguntas que os líderes precisam se fazer para não perder talentos nas transformações do mercado de trabalho. Três delas são:
RH, se não conseguiu gabaritar nas respostas até agora e está preocupado com a recuperação do final do ano, ainda dá tempo. E você, que já tinha colocado as metas desse ano para ano que vem: agora é hora de Mover. O Mover Conecta é o movimento que contribuirá no objetivo da geração de 10 mil posições de lideranças negras até 2030. Felizmente, você não precisa esperar esse tempo passar - de novo. Tem turma aberta ainda para esse ano e você pode se aproximar da sua conquista. Compartilhe essa Newsletter, faça ela chegar ao seu RH e a gente se vê em breve.
O ano não acabou ainda, bora