Time pequeno? Continue assim!
Existe uma situação contraditória no mundo das startups, que talvez também afete a sua empresa pequena ou média. Ou o seu departamento dentro de uma grande empresa.
É de conhecimento público que uma das principais armas de uma startup é a agilidade, vantagem que permite que uma startup surpreenda e deixe para trás corporações bilionárias. Também é sabido que o tamanho do time é diretamente proporcional à agilidade.
O investidor, a mídia, os stakeholders, o mercado e o seu ego querem que você contrate, cada um com seus motivos.
É uma cilada, Bino.
Aparentemente, a confusão começa na definição de crescimento. Por sorte, a solução da confusão é razoavelmente simples: o que precisa crescer é o lucro, não o time.
Contar com um conjunto de skills diversificado no time é uma benção, mas o segredo está em maximizar o conjunto de skills enquanto mantém o tamanho do time no mínimo possível.
Um novo membro no time:
- Multiplica as linhas de comunicação;
- Gasta o tempo dele e dos demais para entender a forma de pensar e de trabalhar do time e entrar no fluxo;
- Representa um risco direto para a sua cultura se considerarmos personalidades, individualidades e experiências anteriores, além da maturidade e execução do seu processo seletivo.
Uma das maiores dores de cabeça que já tivemos na Husky foi com uma das principais startups brasileiras, contratada para prestar um serviço. Os fundadores dessa startup são referência no tipo de serviço oferecido, porém recebemos um serviço péssimo por causa do tamanho do time deles (100+ pessoas). Aqueles que executaram o serviço para nós estavam simplesmente muito distante do core da empresa.
Não contrate
Contratar é a solução fácil, cara e preguiçosa. É a solução dos anos 80.
Não demanda reflexão nem criatividade, não considera fatores abstratos e humanos. Basta fechar os números na planilha. Aumenta consideravelmente seu burn rate, com grande potencial de diminuir a qualidade média do time.
“Adding manpower to a late software project makes it later” (Brook’s Law, do Fred Brooks, no livro The Mythical Man-Month.)
É realmente necessário contratar? Não existem processos que possam ser otimizados? Atividades que possam ser eliminadas? Não é possível encontrar no mercado um SaaS que aliviaria a carga de trabalho do time? O seu software não pode ser otimizado? Seu time (isso inclui você) não pode aprender o skill que falta? Você ainda pode terceirizar o trabalho aqui e ali, quando não for crítico.
Se ainda assim estiver inclinado a contratar, verifique se a situação reúne os dois pré-requisitos abaixo.
Os dois, não um deles.
- O skill é crítico, e não dá pra aprender: o resultado ficaria muito ruim, ou levaria anos para chegar lá.
- A pessoa contratada vai resolver o mundo! O benefício trago pela contratação vai ser um marco para o seu time: antes e depois.
A Última Opção
Vai contratar?
Prefira generalistas que aprendem rápido e colocam a mão na massa, ao invés de especialistas. Trabalhe continuamente a eficiência do time, começando pelos sócios ou líderes. Eficiência é diferente de hard work (que na prática acaba se traduzindo em mais horas trabalhadas). Trabalhe com o futuro membro do time antes de contratar. Pague um projeto como freelancer, depois faça um part-time. Seja moderno no seu processo de contratação e gestão. Cresça.
E lembre-se: você não precisa da quantidade de pessoas que pensa que precisa.
(Entenda mais sobre como a Husky pensa e trabalha.)