TODO MUNDO VIROU COACH, ATÉ EU!
Para algumas pessoas coaching virou moda, todo mundo tem que ser coach. Uma epidemia, você encontra um em cada esquina. Para muitos, o coaching tornou-se um templo de milagres, todos os seus problemas serão solucionados.
No meio de todos esses apontamentos, EU sou um Coach!
Quando leio, ouço críticas tratando o Coaching de forma pejorativa, banal e superficial, muito me entristece. Não tiro a razão, faz todo o sentindo, eu mesmo já cheguei a sentir vergonha quando digo que sou um Coach, que tenho uma escola que capacita profissionais para atuar nessa área. Confesso que é muito desagradável ter que falar que a minha formação foi em uma escola séria. Pior são as comparações e afirmações que são feitas e é delicado quando você apresenta as diferenças. Às vezes, dá a impressão de recalque, de vendedor.
Por um outro lado, cada vez mais surgem profissionais escrevendo, produzindo bons artigos e vídeos com o intuito de esclarecer, educar e até alertar do perigo de contratar um profissional Coach sem profundidade ou de passar por escolas que pregam fórmulas motivacionais, que você vai ficar rico e por aí vai... Recentemente, li um artigo cujo título chamou atenção “A farra do coaching e as mentiras que te contaram” escrito por Felipe Dias, que é Coach, MBA em gestão de pessoas pela FGV e mestre em psicologia pela UFSJ.
Diria que o artigo é sério, ousado, provocativo e escancara a atividade do Coaching por algumas instituições que banalizam e distorcem a real função de um Coach em um Processo de Coaching. Vale a pena ler o artigo, separei um trecho que ele descreve da seguinte forma:
Milho para os pombos
Dentro dos movimentos que vêm ocorrendo, o mais perigoso deles é o que aproxima o coaching das igrejas. Vejo vídeos muito malucos o tempo todo. O padrão é uma imagem com muitas pessoas em um auditório com um pastor, ou melhor, um instrutor engravatado lá na frente. Geralmente o instrutor conta cases de sucesso, como se fossem testemunhos de que sua técnica é eficaz e trabalha na fragilidade das pessoas, mostrando a elas que podem ser diferentes. A estrutura do discurso é religiosa. “Você está nessa situação agora e pode ir para uma situação muito melhor basta seguir os ensinamentos de Brian Tracy”. Cada um segue seu guru, mas a estrutura é parecida. Obviamente, a pessoa se identifica com o discurso. “É disso que estou precisando!”
Tudo bem, essa é uma estrutura comercial presente em vários negócios. “Compre esse carro que você será desejado da mesma forma que o galã da propaganda!” Entretanto, nesses encontros de coaching, o movimento é muito mais carismático e é aí que mora o maior dos problemas. Danças, pulos e gritos de guerra vão deixando as pessoas mais empolgadas e com a sensação de que o que estão sentindo confirma as teses apresentadas lá na frente.”
O que mais me impressionou foram os comentários, de certa forma, percebi que outros colegas comungam da mesma ideia. Estão banalizando esta competência.
Quando me formei em 1998, pouco se falava no Brasil sobre Coaching, tive o prazer de me formar em uma escola que para os meus valores, considero séria, Joseph O´Connor fundador e facilitador da escola, conduziu a formação de forma profunda, sincera, trazendo reflexões sobre a postura da condução de um processo de Coaching . Lembro que ele frisou bastante “o maior desafio de se tornar um profissional Coach, é passar pela mudança de comportamento. Desenvolver um novo olhar, uma escuta ativa, uma presença plena, sem fórmulas, muita honestidade no processo”
Vejo que estes valores são a base para uma relação sadia. Tive a oportunidade de avançar nos estudos, buscar mais conhecimento, mais profundidade e envolvimento nesta arte de orientar pessoas. Sou um admirador desta competência, tanto que tenho uma escola de Formação em Coaching.
Escrevo este artigo para dizer que: Coaching não é moda, não é motivação, nem fórmulas de autoajuda. Muito pelo contrário, é uma competência séria, que tem contribuído com o desenvolvimento de pessoas e de empresas a atingirem a sua melhor performance. Por algum motivo, algumas instituições e profissionais vêm descaracterizando esta competência por interesse próprio, como uma forma de manipular mentes, manter o controle.
Coaching é um processo sério de aprendizagem, que traz resultados, o que não pode é aplicar fórmulas, cada indivíduo é único e o Coach precisa deste olhar.
Para se tornar um profissional, não é recomendado passar 4 dias em uma sala com mais 200 pessoas com gritos de guerra. Muito menos saltar de uma formação para outra e dizer sou MASTER. Master, é quando você tem muitas horas de atendimento e deseja aprofundar conhecimentos e ser acompanhando por uma equipe que te ateste que você é MASTER.
Ser um Profissional Coach de verdade é quando se tem na ponta língua o código de Ética, é quando se tem domínio das 11 competências essências de um Coach. Isso não se aprende pulando, dando gritos ou passando um final de semana prolongado.
Coaching não é algo imediatista, nem o processo, nem a formação. Toda mudança pede muitas horas para gerar um novo comportamento. Venho honrando os grandes mestres que idealizaram e criaram esta magnífica forma de poder desenvolver pessoas através de um processo de coaching.
Por Edmar Oneda
*Artigo completo “A farra do coaching e as mentiras que te contaram”
Psicóloga | Psicoterapeuta | Pedagoga | RH
6 aEdmar, obrigada por você ser assim... ético, profissional, competente e verdadeiro.