TODO VOTO É MIMADO
“Tô de mal se meu candidato não ganhar.”

TODO VOTO É MIMADO

Analisando alguns fatores do binarismo político que divide o Brasil entre coxinhas e petralhas podemos perceber que esse cenário não é nenhuma surpresa no país do voto passivo que sempre quis mais agredir que tentar entender, colar do que estudar, aprovar o comportamento pessoal dos outros ou ainda ter que provar-se o bastião exemplar de conduta social.

A imposição de vontade particular vem desde antes, durante a ditadura (que começou no golpe da Proclamação da República, para mim) onde existia uma manual de ética social que obrigava pessoas que não queria casar, ter filhos, dogmas religiosos e gostos musicais a tê-los obrigatoriamente pois do contrário sofreriam assédio moral e possível linchamento pelos “defensores da moral e bons costumes”.

Com o voto não é diferente, mesmo tendo a premissa democrática de empatia e igualdade, o voto se tornou uma ferramenta de ditadura da maioria onde os grandes grupos da massa decidem que os derrotados devem se submeter à vontade da maioria e não serem adaptados à situação.

Esses são os eleitores mimados, adultos que querem tudo do jeito como pessoalmente consideram correto, sem embasamento científico ou sociológico. É até comum acharem que os intelectuais não sabem de nada da vida…

Se o voto de cada cidadão não é pensado em como 100% dos outros cidadãos viveriam em conformidade, abrindo mão dos seus apetites pessoais em nome da harmonia na convivência, indiferente a serem os vitoriosos no pleito, todos estaremos perdendo com a revolta dos suprimidos e o resultado seria crimes e violência por parte da população marginalizada.

Esse conceito social foi criado no século III a. c. na Grécia Antiga e toda vez que alguém tenta relembrar o propósito da democracia e cidadania acaba sendo execrado por estes mesmos eleitores mimados que não pensam em alcançar a harmonia com a boa convivência entre discordantes, pessoas que se respeitam mesmo pensando diferente.

Se todos queremos o melhor para nosso país, por quê não chegamos em um acordo?


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