TODOS DE OLHO NAS DECISÕES DO FED E NA FRONTEIRA DA UCRÂNIA
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TODOS DE OLHO NAS DECISÕES DO FED E NA FRONTEIRA DA UCRÂNIA

Investidores se movimentam para ativos mais seguros na expectativa de aumento da taxa de juros na reunião do FED, além de estarem avaliando os impactos causados pelo petróleo.

As bolsas asiáticas fecharam a terça-feira em quedas, seguindo a volatilidade na véspera nos Estados Unidos. Dados divulgados na terça-feira pelo Banco da Coreia indicam que a economia da Coreia do Sul avançou 1,1% no quarto trimestre de 2021 frente ao imediatamente anterior. Em 2021, o PIB avançou 4%, o ritmo mais rápido em 11 anos, segundo a agência internacional de notícias Reuters. Mas o índice Kospi fechou em queda, e a Hyundai Motors perdeu 1,27% após divulgar lucro líquido relativo ao quarto trimestre 50% abaixo de um ano antes.

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, avança, com altas generalizadas das bolsas e dos principais setores, e destaque positivo do de recursos básicos. Mas investidores continuam atentos à volatilidade nos mercados americanos e à continuidade da tensão geopolítica na fronteira da Ucrânia, onde o governo da Rússia continua a mobilizar cerca de 100 mil soldados.

Ontem, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou que alguns países membros estão mantendo suas forças em alerta e enviando forças para a Europa oriental. Reino Unido e Estados Unidos determinaram que diplomatas e seus familiares deixem a Ucrânia.

Nos Estados Unidos, apesar dos ganhos da segunda-feira, o S&P ainda acumula perda de 7,5% em janeiro, que vem sendo seu pior mês desde março de 2020, o início da pandemia; o Nasdaq acumula perda de 11,4% no mês; e o Dow, de 5,4%.

Um dos principais fatores para a tensão nos mercados é a sinalização pelo Federal Reserve de que pode iniciar a elevação das taxas de juros já em março. Nesta terça-feira, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc na sigla em inglês) do Fed inicia sua reunião que se encerra na quarta-feira, quando o banco central americano deverá divulgar, às 12h no horário de Brasília, sua decisão sobre a taxa de juros. A expectativa é de que o Fed continue a caminhar para uma política monetária mais rígida como forma de se contrapor à maior inflação em décadas nos Estados Unidos. Mas não é esperado que eleve imediatamente os juros.

Os preços do barril de petróleo continuam a avançar, também influenciados pela perspectiva de invasão da Ucrânia pela Rússia, mesmo com conversas entre autoridades de alto escalão. Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos falou com líderes europeus, à medida que o país considera enviar quadros e equipamentos militares à região.

Além disso, na segunda-feira rebeldes houthi do Iêmen tentaram um novo ataque com mísseis a Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, mas falharam. A tensão na região também vem contribuindo para altas dos preços do petróleo desde um ataque fatal pelo mesmo grupo na semana passada.

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 1,39%, a 766,5 iuanes, o equivalente a US$ 121,15.

No Brasil, investidores continuam monitorando as movimentações do Governo Federal, como por exemplo a PEC que pretende diminuir impostos sobre combustíveis e energia elétrica – que não está prevista no orçamento e que pode se tornar um gasto de mais de R$ 50 bilhões aos cofres públicos.

Além disso, nesta segunda-feira o Diário Oficial da União trouxe a sanção da Lei Orçamentária para 2022, com vetos parciais do presidente Jair Bolsonaro, que trouxeram uma economia de R$ 3,18 bilhões em relação ao projeto aprovado no Congresso.

Ontem, o Ibovespa fechou em queda de 0,92% , aos 107.937 pontos, apagando parte da alta da última semana, apesar de ainda avançar 3,87% até então em 2022.

O principal índice da bolsa brasileira acompanhou a performance da maioria das bolsas internacionais, que registram fortes quedas durante a maior parte do dia, com investidores de olho no aumento da taxa de juros nos EUA e nas tensões na fronteira da Ucrânia. O índice VIX, conhecido como “o índice do medo”, chegou a subir mais de 22%, em seu maior nível desde novembro de 2020.

“A principal razão para as quedas, principalmente para as companhias de tecnologia, é a elevação da taxa de juros. O mercado chega a precificar agora que pode haver até mesmo cinco elevações das taxas de juros norte-americanas em 2022 para controlar a inflação. Muito acima do que projetado pelo mercado até o fim do ano passado”, explica Henrique Esteter, especialista de mercados do InfoMoney.


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