Too big to fail?
O pedido de recuperação extrajudicial das Casas Bahia nos mostra mais uma vez as dificuldades presentes no mercado de crédito privado. O impacto da elevação das taxas de juros no período pós-pandemia e a perspectiva de um cenário global de taxas mais elevadas pressionam ainda mais as condições de crédito. Se mesmo grandes grupos encontram dificuldade para se financiarem, imaginem o desafio enfrentado pelas pequenas e médias empresas.
A oportunidade de alongamento e renegociação de taxas de juros, como as estabelecidas na Recuperação Extrajudicial do Grupo Casas Bahia, representam um importante avanço na busca de soluções criativas para o crédito mais escasso. A resposta do mercado, com uma alta expressiva nas ações, demonstra como o alívio pode representar uma mudança no cenário para a empresa.
É louvável observar que a solução para mais de R$ 4,1 bilhões de dívidas foi acertada somente com a participação de dois bancos, preservando assim os fornecedores e mais de R$ 5 bilhões em linhas de “risco-sacado”. Mas o que dizer das pequenas e médias empresas? Qual a alternativa para quem deve bem menos?
Recomendados pelo LinkedIn
O mercado de crédito continua sofrendo com a elevação dos juros e o esgotamento das fontes tradicionais de oferta de recursos. As empresas buscam opções ao crédito bancário, mas as soluções de mercado de capitais, como a emissão de debêntures, notas promissórias e títulos lastreados em recebíveis do agronegócio e imobiliários, além de caras, ficaram ainda mais restritas.
É preciso buscar novas formas de acessar recursos e as mudanças regulatórias no mercado de recebíveis podem ser a solução. Um ambiente regulatório novo, combinado com tecnologia na captura e análise das informações pode representar uma nova solução para o velho problema da falta de crédito. Mais informação, mais transparência e estruturas mais simples e eficientes podem trazer um alívio também para quem não é tão grande.
CONSELHEIRO | EMPREENDEDOR | CO-FOUNDER | CEO | COO
10 mGrande sacada neste headline !