TRÊS SINAIS DE UM SISTEMA DE GESTÃO DOENTE

TRÊS SINAIS DE UM SISTEMA DE GESTÃO DOENTE

TRÊS SINAIS DE UM SISTEMA DE GESTÃO DOENTE

Todo e qualquer sistema de gestão deve objetivar a melhoria da organização (seja em eficiência, eficácia, produtividade ou em outros indicadores diversos). Se isso não estiver acontecendo, desconfie: há algo errado. Importante trazer para mesa ao perceber os sinais de que o sistema de gestão está "doente".

A ausência de melhoria nos resultados é o principal alerta mas, antes disso acontecer, podemos identificar três sinais:

1 - A POLÍCIA CORPORATIVA

Ocorre quando a própria área de gestão (responsável pela construção, implementação e controle do sistema de gestão) torna-se o centro principal das operações. Quando isso começa a acontecer, as áreas operacionais ficam bloqueadas de ter iniciativas, ficam reféns de procedimentos. O entendimento é que todo o sistema é mais importante do que operar a empresa. As áreas operacionais passam então a ter "medo" da área de gestão e essa passa a ser a "polícia" da empresa, sempre indicando quem está "devendo". Assim, as lideranças se sentem recorrentemente devedoras de algo aos gurus corporativos, com um sabor de derrota em tudo que fazem, inclusive evitando expor os problemas e com isso, vão embora as oportunidades de melhoria.

Esse sentimento de "vigilância e punição" é nocivo e caracteriza bem um sistema de gestão "doente".

2 - A BUROCRACIA DA BUROCRACIA

É quando o sistema de gestão gera burocracia. Isso motiva os gestores da empresa a montar uma "mini estrutura", à parte, para atender as burocracias, aos inúmeros procedimentos existentes, que às vezes são até conflitantes entre si. As reuniões de gestão passam a ser intermináveis e as análises dos desvios se tornam complicadas e demoradas, pois precisam passar por diversas áreas até serem aprovadas ou rejeitadas.

3 - CENTRALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

Existe também um forte sinal quando os famosos "pontos focais" ou "facilitadores"(profissionais designados para rodar o sistema de gestão) concentram em si todo conhecimento metodológico da área. Se gestores delegam a eles todas as responsabilidades e os mesmos se tornam os únicos detentores do conhecimento de gestão da empresa, cuidado! Nada contra a existência dessa função, mas se os gestores deixam tudo a cargo dos mesmos, algo vai mal, pois o objetivo é disseminar a cultura para que o sistema de gestão seja praticado por todos.

Nesse cenário, a empresa fica pesada e os gestores cansados. A conta chega muito cara: alto turnover, acidentes, clima tenso, medo de dizer o que pensa, erros constantes e fuga dos talentos.

Como sair dessa situação? O primeiro passo é identificar os sinais. Depois, é importante que a alta administração os reconheça. A partir disso, buscar parceiros que estejam fora do contexto para ajudar com uma visão mais técnica e sem vieses, traçando um diagnóstico e ações rápidas de correção.

A sua empresa está passando por isso?

Vale debater o assunto. Normalmente, a alta liderança fica cega aos sinais. A visão do líder operacional é mais afinada. Logo, é preciso fazer essa ponte.

Convido você a debater esses pontos com sua equipe e liderança.

Também convido você a compartilhar aqui a sua experiência para enriquecermos essa discussão, tão relevante para qualquer empresa que busca um sistema de gestão saudável e uma cultura com foco nos resultados.

Excelente artigo, Alexandre Bicalho, obrigado! Nas empresas, quase sempre as coisas são concebidas correta e estrategicamente, com a melhor das intenções. Mas, infelizmente, durante o percurso, ocorre muitas vezes aquilo que Peter Drucker já havia nos alertado: a cultura engole a estratégia no café da manhã.

Fabio Giovanelli Batista

Produtividade, Performance, Gestão e Agilidade com foco em Gente!

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Modelo único de gestão não pode engessar o atingimento dos resultados. Podemos sim, usar base padrão, mas adaptar a cada processo, desde que tenhamos claro onde queremos chegar.

julio cesar Lopes Barros

Engenheiro eletricista/ Engenheiro de implantação/ Engenheiro de projetos/ Coordenador de obras/ Coordenador de manutenção.

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Muito interessante o assunto, a análise e principalmente o reconhecimento de que é necessário ter ajuda externa para que se possa retornar aos trilhos, pois este reconhecimento nos traz para o chão e nos da consciência que precisamos ter uma visão diferente da que temos certeza que é absoluta em qualquer desenvolvimento.

Rosana Siskoris

Veterinária especialista técnica com extensão rural na cadeia avícola e suína. Conhecimento em frigorifico, SGS, BPF, auditoria, ISO e normas. Especialista em compras CAPEX/OPEX. Conhecimento em e projeto e de processo.

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Realmente como isso ocorre numa empresa que conheci!

Marcos Presoti

Executivo Sênior em Portos e Ferrovias, Consultor de Processos Organizacionais

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Nossa, como vi isto acontecer, escrevi um artigo sobre este tema e vem muito de encontro ao que li neste seu artigo. Parabéns Bicalho sua analise é perfeita. No inicio da implantacao pode ate acontecer estas tres indicações que o sistema não esta bem, e inclusive isso é normal, mas precisa ser combatido rapidamente, com a integracao da propria liderança em comitês para melhorar o sistema e criar novas formas de Implantação.

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