Trabalhando a Curva de Esquecimento na educação corporativa

A curva de esquecimento, oriunda de um estudo realizado pelo psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus, nada mais é do que o declínio na retenção de memória de um aprendizado ao longo do tempo. Essa curva mostra a evolução da perda de informação e conhecimento, quando nenhum tipo de ação ocorre, na tentativa de mantê-los.

Um conceito diretamente relacionado é o poder da memória. Isso se refere à longevidade que a memória é rastreada no cérebro. Segundo estudos da neurociência, quanto mais forte a memória, mais tempo se pode reter uma informação ou aprendizado.

Um gráfico de curva de esquecimento típico pretende mostrar que as pessoas tendem a reduzir pela metade sua memória do conhecimento recém-aprendido durante um período de dias / semanas se não repetirem conscientemente o que aprenderam.

Fonte: www.twygoead.com

No período entre 1880 a 1885, Ebbinghaus fez pesquisas com ele próprio para entender essa perda de retenção. Ele estudou a memorização de sílabas sem sentido, como "WID" e "ZOF" (CVC ou Consoante-Vogal-Consonante). Então, testou sua memória após vários intervalos e anotou os resultados.

Ele plotou os resultados em um gráfico que gerou a chamada "Curva de Esquecimento". O gráfico a seguir mostra a queda na retenção de informações, comparando uma situação inicial sem repetição de ações de retenção com o resultado após utilizações “potenciadas” com frequências variáveis:

Após suas pesquisas, Ebbinghaus verificou que a velocidade de esquecimento estava relacionada a vários fatores, como o grau de dificuldade do material de estudo desenvolvido (por exemplo, o quão significativo para o aprendiz ele é e o seu grau de complexidade), sua representação e outros fatores fisiológicos relacionados ao estresse e o sono. Ele continuou a hipótese observando que técnicas mnemônicas podem ajudar a superar o “esquecimento” e indicou duas ações práticas:

1. Melhorar a representação da memória (por exemplo, com o uso de técnicas mnemônicas)
2. Usar a repetição, baseada na recordação ativa (especialmente usando uma repetição periódica).

Pesquisas posteriores sugeriram que, além desses dois fatores, o conhecimento prévio superior a determinado aprendizado, também produziria um esquecimento mais lento. Quanto mais informações referenciais ao conteúdo, mais lenta é a taxa de esquecimento.

Ao dedicar algum tempo diariamente para lembrar informações anteriores, existe a tendência em diminuir os efeitos da curva de esquecimento.

E qual a importância disso para a Educação Corporativa?

As empresas e seus profissionais dedicados aos treinamentos e a educação corporativa esperam que os recursos e esforços aplicados nas ações de aprendizagem tenham um efeito duradouro e sejam aplicadas com eficiência pelos treinados em sua rotina de trabalho.

Ninguém planeja ensinar princípios e procedimentos a um colaborador, que depois de alguns dias acabará por se esquecer do que foi aprendido. Isso seria um desperdício de orçamento dedicado ao processo, bem como de horas de esforço dos profissionais envolvidos.

Para reforçar o aprendizado e retenção dos pontos principais, após o treinamento é importante implementar ações de reforço e de rememoração do aprendizado, que devem fazer parte do planejamento do plano educacional corporativo para ter qualidade. Os métodos variam, podendo usar as chamadas pílulas de conhecimento pós-treinamento, preleções ou mesmo observando que o conteúdo passado faça parte do cotidiano laboral do funcionário, obrigando-o a aplicar e assim relembrar o que lhe foi ensinado. Essa tarefa pode ser executada pelos líderes dos treinados em parceria com a área de treinamento.

Outros exemplos eficazes de objetos educacionais que podem ser aplicados pensando em perpetuar o conhecimento adquirido são: quiz games rápidos, infográficos, simuladores situacionais para tomadas de decisão, e-Books pocket, quizes periódicos sobre o tema aprendido, videos curtos nas redes sociais corporativas dentre outros.

Quando sua equipe de treinamento for planejar as ações educacionais corporativas, deve levar em conta a teoria da curva do esquecimento de Ebbinghaus . Os resultados serão muito melhores a médio e longo prazos e as chances de que os treinamentos atinjam seus objetivos aumentam consideravelmente.

Por: Prof. Ms. Edson Rezende

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