Transístor de luz usa uma única nanopartícula de silício

Transístor de luz usa uma única nanopartícula de silício

Nanotransístor

Há poucos dias, uma equipe de engenheiros alemães e britânicos apresentou o primeiro chip de memória óptica permanente, no qual a gravação e a leitura são feitas inteiramente com luz. Agora, uma equipe russa demonstrou que é possível fabricar transistores acionados com luz usando nanopartículas de silício. Além de ser baseada na luz - o que é muito mais rápido e consome muito menos energia - a nova abordagem rompe com o esquema tradicional de miniaturização, que vai "descendo uma escada" em termos de tamanho dos transistores (estamos chegando à casa dos 7 nanômetros), e dá um mergulho em direção a partículas que podem chegar a ter poucos átomos de diâmetro. "Nós controlamos não as propriedades de absorção da nanopartícula, mas sim o seu diagrama de dispersão [óptica]. Explicando, a nanopartícula normalmente dispersa quase toda a luz que incide sobre ela no sentido inverso, para trás; mas, quando a irradiamos com um pulso de laser de controle, ela se reconfigura e começa a dispersar a luz para a frente," explica o professor Sergey Makarov, da Universidade ITMO. Usar um laser de controle para fazer a nanopartícula de silício mandar a luz numa direção ou noutra é uma versão óptica do mecanismo no qual um transístor usa uma corrente de controle para decidir se a eletricidade que transporta os dados vai numa direção ou noutra - ou seja, a nanopartícula funciona como um transístor de luz.

Transístor de luz

O mecanismo é possível porque o pulso de luz de controle, que é extremamente curto, na casa dos picossegundos, altera temporariamente a permissividade elétrica do silício, recombinando seu equilíbrio de elétrons (negativos) e lacunas (positivas), o que resulta na alteração abrupta das propriedades ópticas da nanopartícula.

O resultado é uma alteração na direção da reflexão da luz em uma escala de tempo na faixa dos picossegundos, o que é pelo menos 1.000 vezes mais rápido do que o chaveamento dos transistores elétricos atuais.

"O tempo que leva para desativar nossas nanopartículas fica na casa de apenas alguns picossegundos, enquanto para ativá-la precisamos de não mais do que dezenas de femtossegundos. Agora já temos dados experimentais que indicam claramente que uma única nanopartícula de silício pode de fato desempenhar o papel de um transístor totalmente óptico. Agora estamos planejando realizar novos experimentos, onde, juntamente com o feixe de laser de controle, nós vamos introduzir um feixe de sinal útil," contou Pavel Belov, membro da equipe.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos