Transformação digital e ágil: diferenças e oportunidades para a geração de valor na rotina
Quando uma empresa investe em um projeto de digitalização, geralmente uma das grandes vantagens comentadas é a agilidade. De fato, um dos ganhos práticos da inovação da área de TI é a redução de tempo gasto nas operações. Talvez por isso tenha se tornado cada vez mais comum encontrar os termos “transformação digital” e “ágil” (ou agile) durante uma mesma pesquisa. No entanto, é sempre bom frisar que estes conceitos não são exatamente a mesma coisa.
Enquanto a transformação digital utiliza a inovação tecnológica para fornecer insights e ferramentas que ajudarão a tornar a rotina dos negócios mais inteligente e simples, as metodologias ágeis se baseiam na adoção de processos específicos para gerar melhores resultados às companhias. O Agile está mais relacionado ao modelo de pensamento – mindset – operacional, cultural e pessoal do que a uma ou outra tecnologia.
De forma ainda mais direta, podemos dizer que os métodos ágeis são modelos de trabalho que tem como objetivo fazer com que as equipes possam alcançar melhores resultados em menos tempo. Para tanto, métodos como o Scrum, KanBan e Lean investem em ações como a criação de times multidisciplinares (squads), experimentação constante (sprints), análise recorrente e ciclos mais curtos para literalmente agilizar o desenvolvimento ou evolução de um projeto, produto, processo etc.
Os ganhos impulsionados pela metodologia ágil podem ser inúmeros. Ainda mais agora, claro. Em tempos como o nosso, em que cada minuto conta e muito, ter respostas e entregas recorrentes é algo que não pode ser desconsiderado. Não por acaso, pesquisas promovidas por equipes do MIT indicam que o uso desses métodos tem crescido a taxa acima dos 30% desde 2017 nas grandes empresas da América Latina. Em mercados como Estados Unidos e Europa, estima-se que mais de 70% das empresas já usem esse tipo de abordagem.
Cada vez mais companhias querem usar os métodos ágeis. Mas por quê, afinal? Para entendermos o porquê desse movimento, basta observar os números dos negócios que já utilizavam o Agile antes da pandemia de Covid-19 em relação a seus concorrentes tradicionais. Relatórios da McKinsey apontam que as “organizações ágeis” tiveram resultados até seis vezes maiores do que suas corporações que ainda não haviam adotado o uso de ações como squads, scrums e sprints, entre outros.
Eles tiveram esse benefício por terem a possibilidade de perceber mudanças com mais rapidez e por, igualmente, serem capazes de responder às alterações com a velocidade que operações tradicionais não conseguem ter. Elas puderam checar as informações e mudar as rotas antes das outras, em resumo.
Mas isso significa, então, que a transformação ágil faz com que as empresas não precisem digitalizar seus processos e operações? Absolutamente. O ponto aqui é justamente mostrar que a digitalização e o Agile são caminhos paralelos e que podem, mutuamente, auxiliar na jornada de evolução das companhias como um todo.
Por exemplo: pense na importância que a análise de dados em tempo real pode representar a uma empresa, sobretudo atualmente. Ter um dashboard completo, com dados confiáveis sobre os principais indicadores de sua companhia, sem dúvida pode ser um ingrediente extraordinário para impulsionar os scrums diários de sua operação ágil, oferecendo conhecimento prático para a adoção de estratégias altamente eficientes. A transformação digital é um facilitador para a geração de negócios, independentemente do modelo adotado.
Com a pandemia impondo mudanças recorrentes, incrementar agilidade e inteligência analítica são duas ações que andam lado a lado. As mudanças não são mais opcionais. Sendo assim, não há dúvida de que aliar o ágil e o digital pode ser o caminho mais simples para tornar a transformação da empresa em uma proposta ainda mais valiosa.
As organizações ágeis são desenhadas para serem mais flexíveis, abrangentes e resilientes, com alta capacidade de adaptação. Mas do que adiantaria o plano sem o conteúdo ou ferramentas para tornar essa realidade em resultados? Ao investir em inovação e suporte, as empresas ganham oportunidades para que as lideranças possam encontrar o melhor caminho para os planos a serem implementados. Mais do que isso, ganham em visibilidade, dinamismo e uma estrutura capaz de unir pessoas, processos e sistemas em prol de um mesmo objetivo – o crescimento.