As vantagens da metodologia ágil em momentos de mudanças

05/04/2021 | Artigo

Conteúdo produzido em parceria com o Meio.

Ser flexível foi a palavra-chave para a maioria dos negócios que sobreviveram às mudanças causadas pela pandemia. Seja adoção de home office para os colaboradores ou plataformas digitais para acessar os consumidores dentro de casa, as empresas tiveram que ser ágeis. E aquelas que já vinham com essa característica inserida em seus modelos de negócios se deram melhor.

Sete em cada dez empresas disseram que as práticas organizacionais ágeis as ajudaram a se adaptar mais rapidamente, segundo estudo da consultoria BearingPoint. Isso permitiu que mais de 60% das empresas ágeis preservassem seu desempenho pré-crise no último ano. A agilidade também ajudou 71% das empresas a se adaptarem ao trabalho independente ou remoto com mais facilidade.

A metodologia agile foi criada na área de TI para aprimorar processos de desenvolvimento de software, para saber rapidamente o que funciona e o que não funciona, aprender rápido e falhar rapidamente. Aplicada nos negócios, não é diferente, e a tecnologia faz parte do modelo, com a adoção de compartilhamento de dados, trabalho em rede e com ferramentas de softwares que ajudam a visualizar todo o processo. Só que essa agilidade tem que se estender para além da área de TI e adoção de novas tecnologias. Deve permear a companhia de cima a baixo, contribuindo para a tomada de decisões.

A área de marketing é uma das grandes beneficiadas. Segundo a McKinsey, as organizações de marketing que adotam o agile mudaram entre 50% e 70% de seu trabalho para essa abordagem mais simplificada e responsável, eliminando rapidamente qualquer etapa que não esteja criando valor. O resultado: aumento de receita de 20% a 40%. A transição, no entanto, não vem sem armadilhas.

Por ser uma área cada vez mais conectada com dados e ferramentas digitais, muitas empresas acreditam que já tem um marketing agile porque adotam alguns princípios, como testar e aprender ou confiar em equipes multifuncionais. Mas muitas vezes essa área não tem o suporte do departamento jurídico, TI ou financeiro, então aprovações ou alocações de gastos são lentas. Sem esse suporte mais amplo, as equipes ágeis ficam confinadas a pequenos pilotos com impacto limitado.

Outra armadilha é acreditar que a velocidade é uma característica determinante em vez de ser uma consequência do modelo.

Ser ágil significa realizar entregas pontuais para ir aos poucos analisando os resultados, se adaptando se necessário, e consequentemente ganhar tração.

A liderança tem um papel importante na adoção desse método. O líder precisar ser responsável por aplicar a transformação digital não somente em projetos, mas como um dos pilares do negócio, diminuindo níveis hierárquicos e modelos mais conservadores. Ao mesmo tempo, precisa capacitar as equipes e dar a elas independência para a tomada de decisão para acelerar os processos internos.

A pandemia não só mostrou os benefícios que essa metodologia traz aos negócios em momentos de crise, mas também sua importância a longo prazo. A pesquisa da BearingPoint apontou que entre todos os setores, de finanças a transporte, aumentou a percepção das empresas sobre a relevância do modo ágil no futuro das estruturas da organização.

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