Transformação digital muda o foco para as pessoas

O processo de transformação digital que estamos vivendo terá um impacto tremendo não apenas na oferta de serviços, mas também na valorização das pessoas. Isso é especialmente mais claro no setor público, onde os dois fatores estão intimamente relacionados.

O que vemos hoje, ainda que em processo de transformação, é uma grande demanda pela criação de novos serviços digitais por parte do Estado. E parte desta demanda vem do fato de que um expressivo numero do quadro de servidores públicos estarem muito focados em tarefas operacionais. Um exemplo é o grande contingente de profissionais utilizados hoje somente para a movimentação de documentos. É um serviço caro e que não agrega valor, nem ao cidadão, nem ao servidor.

Com a aceleração do processo de transformação digital, um dos impactos que veremos em curso muito em breve é a liberação destes profissionais para que possam trabalhar, de fato, na transformação também da cultura do setor público, focando-a no cidadão. É um processo que com o tempo, deve culminar com o fim do “preconceito” existente em relação aos servidores públicos. São profissionais que trabalham muito, mas muitas vezes isso não é percebido porque seu esforço está voltado não para o cidadão, mas as tarefas operacionais e burocracia que comentei acima.

A digitalização muda esta lógica, ajudando estes profissionais a otimizar, agilizar processos e melhorarem sua produtividade. Isso está se tornando muito claro em setores onde, pela situação atual, o uso da tecnologia se tornou protagonista de uma transformação na forma de trabalho, como é o caso do Judiciário. Com a implantação dos processos digitais, muitos servidores foram liberados para aprimorar e realizar o que eles estudaram e se capacitaram para fazer e não apenas fazer a gestão burocrática de processos.

Este é um lado muito importante da transformação digital, mas há outro. O processo de digitalização também aumenta a oportunidade, qualidade e a oferta de serviços para quem não tem acesso a canais digitais. Isso porque o uso cada vez maior destes canais vai permitir desafogar os espaços físicos, ampliando e agilizando o atendimento às pessoas que precisam ir até os postos de atendimento. O fato é que, quanto mais digitalizados e automatizados forem os serviços públicos, melhores serão as condições de atendimento para as pessoas sem acesso digital. A expectativa é que o atendimento presencial ocorra com mais presteza, sem filas e com mais qualidade.

Essa visão tem sido fundamental nas ações governamentais. Pressionados pela emergência da pandemia, os governos federal, estaduais e municipais anunciaram nos últimos meses centenas de novos serviços digitais, como é o caso doverno do Distrito Federal, que recentemente lançou o app Economia DF, por meio do qual o cidadão pode acompanhar sua situação fiscal, pagamentos de IPTU e IPVA, notas fiscais recebidas e emitidas etc.

Esse é mesmo um caminho sem volta e hoje as tecnologias emergentes já proporcionam além da modernização de aplicativos e infraestruturas, a criação de soluções de software prontas para atender demandas de unificação, simplificação da coleta, organização e a análise dos dados, garantia da correta integração e interoperabilidade de informações, correta governança e automação de processos, descobrimento de ameaças ocultas e tomadas de decisões sobre os riscos que elas representam, tudo isso entregue em uma plataforma de nuvens híbridas, oferecendo uma forma aberta, mais rápida e segura de mover ou entregar os principais aplicativos de serviços para o cidadão em qualquer nuvem.

Esse é apenas o começo. A mudança já começou e é questão de tempo para vermos um novo perfil de serviço público, mas focado nos cidadãos e em suas especializações!