Transformação digital: qual o papel do (novo) RH neste processo?
A transformação digital é uma realidade inexorável. Tudo tem mudado de forma muito rápida e adaptar-se às mudanças é essencial para sobreviver. No novo cenário, o cliente ganhou um papel de protagonismo como nunca havíamos sequer sonhado. Os hábitos de consumo mudaram totalmente a forma como os consumidores interagem com o mundo. Os colaboradores querem acessar, no ambiente de trabalho, o mesmo tipo de ferramentas que acessam na vida cotidiana. O Darwinismo Digital exige que as organizações se reinventem e, parte dessa reinvenção, é papel do RH.
Contratar, demitir e pagar são apenas a parte operacional do trabalho. Agora, é preciso ir muito além:
- atrair
- engajar
- reter
- oferecer possibilidade de crescimento entendendo os desejos dos colaboradores
Para conseguir tudo isso é preciso que o gestor de pessoas esteja aberto para o mundo e entenda como acontecimentos podem impactar negócios.
A vida digital é parte do mundo corporativo
Antigamente, em um passado não muito distante, o tema tecnologia estava restrito à melhoria da produção e dos processos. Atualmente, está presente em todos os âmbitos da nossa vida e, em muitos casos, é decisivo para definir estratégias e funciona, até mesmo, como ferramenta para atingir objetivos. A partir desse momento, o foco deixa de ser exclusivamente o cliente e passa a envolver os profissionais que fazem as coisas acontecerem dentro da empresa.
E é aí que entra o que chamo de o “ novo RH”.
Como o RH pode aprimorar a produtividade por meio do digital, da metalinguagem e da retroalimentação
O “novo RH” veio para quebrar paradigmas e realizar uma transformação muito mais profunda. Ou seja, não é só substituir o relógio de ponto de cartão por leitores biométricos. É preciso mudar a cultura organizacional arraigada, datada da Era Analógica.
Para isso, entram em cena os conceitos de metalinguagem e retroalimentação. Ou seja, quanto mais o ser humano desenvolve a tecnologia para facilitar sua vida e entender a si mesmo, as novas formas de pensar e agir, mais ligado à vida digital ele se torna. Em outras palavras, quanto mais a tecnologia avança, novas formas de aplicá-la são descobertas para serem empregues no cotidiano. Por exemplo, desenvolver um aplicativo para chamar um táxi mudou a forma de usar o serviço. Como resultado, os sites de rotas de locomoção já incluem o tempo e o valor estimado para este tipo de transporte.
Nesse contexto, a internet é utilizada como fonte e fim. Há milhares de artigos que tentam explicar seu impacto na vida moderna e, muitos destes artigos são fontes de pesquisa e referências para produção de outros artigos sobre o assunto. Quanto mais estudamos, mais necessidade temos de estudar e, com isso, mais e mais artigos serão produzidos e servirão como base para outros tantos. Estabelece-se aí um novo ciclo de aprendizados. Desta forma, percebemos que a tecnologia pode ser um elemento natural de empoderamento dos colaboradores, mas não há espaço para ser “instintivo”.
É uma mudança que exige conhecimento e estudo. É preciso buscar ajuda de consultorias e de profissionais especializados para troca de experiências com empresas que já estão no mundo digital efetivamente e são referência no mercado. Experimentar e mensurar são palavras-chave e, neste contexto, a comunicação interna é uma forte aliada. Um bom exemplo aconteceu na Votorantim Cimentos, um dos braços da Votorantim, que criou uma rede social corporativa para abrigar toda a comunicação interna.
Esta inovação recebeu altos índices de aprovação de quem trabalha na divisão e se tornou um exemplo prático de como o mundo corporativo pode compreender as mudanças propostas pela tecnologia e incluí-la em seu cotidiano, em prol da corporação. E esta ideia não ficou restrita à Votorantim. Logo, empresas como Danone, Benner, HBO e BWG também inovaram a forma como se comunicam com seus colaboradores criando redes sociais nesses moldes.
Novos rumos digitais têm a ver com horizontalidade e aproximação
O colaborador deve sentir que faz parte do processo, não apenas de maneira superficial ou artificial, mas genuinamente. O colaborador que ocupa o papel de ator principal tem condições de fazer grande diferença em direção ao sucesso da organização. A comunicação interna pode deixar isso claro, mas é preciso que a organização de fato atue desta maneira, oferecendo oportunidades de crescimento, espaços para a inovação e conforto do colaborador indo, assim, além da tarefa que desempenha.
Eliminar barreiras ajuda a livre circulação de ideias
Horizontalidade vira palavra de ordem
Líderes que estão ao lado de suas equipes e prontos a ouvir são muito mais eficazes se comparado aos chefes que se isolam porque acreditam deter mais conhecimento que seus subordinados. As transformações no ambiente corporativo devem começar por esses líderes. Ser mais acessível, mais aberto às opiniões do time são os primeiros passos.
As redes sociais corporativas, por exemplo, conseguem tornar a comunicação entre líderes e colaboradores mais fácil, rápida e direta. Empresas que desejam se destacar não podem acreditar que a vida digital é sinônimo de ameaça. As corporações que querem melhores resultados entendem a tecnologia como uma aliada que eliminou barreiras físicas aproximando as pessoas.
O RH é parte fundamental do processo de transformação digital
Sobre o autor
Gabriel Santa Rosa é Administrador de Empresas; Mestre em Saúde Coletiva, pela Universidade Federal de Santa Catarina; cursando MBA em Recursos Humanos pela FIA. Atua como diretor de RH na Alfama Alimentos, empresa do segmento alimentício presente em 10 estados brasileiros. Também é professor das disciplinas de Fundamentos de Gestão de Pessoas e Recrutamento e Seleção, nos cursos de graduação em Ciências Contábeis e Gestão de RH, na Universidade São Judas Tadeu. Contato: gabriel@gabrielsantarosa.com
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Head de Transformação Digital na Sciensa | Piloto de Acrobacias Aéreas | Diretor Code Genius
6 aChristian Eland
Agile Leader | Business Agility | Kanban Coach | OKR Coach | Org Designer | Facilitadora | Trainer
6 aAndreia Oliveira Sant'Ana
Supervisora operacional / administrativa - InService Facility
6 aPerfeito! Parabéns pelo artigo, a comunicação e essa metamorfose digital é algo crucial, e nos dias de hoje, imperativo para o sucesso de qualquer empresa, seja qual for seu segmento, e o RH é parte importantíssima deste processo, visto que é daí que são compostos os times que farão a grande máquina funcionar.
Desenvolvimento Humano Organizacional | Consultora de RH | BPO de RH | Palestras | Treinamento ***Conduzindo pessoas e negócios a sua melhor performance
6 aMuito interessante esse assunto. Interessante e de certa forma intrigante. Gabriel Santa Rosa, Msc., na sua opinião como gestor de pessoas, qual subsistema de RH não pode ser informatizado ou automatizado?