Transição energética (Parte 1) - Um desafio que assusta!

Transição energética (Parte 1) - Um desafio que assusta!

Nunca tivemos no contexto atual, quanto agora, discussões tão produtivas ao tema - Transição energética. Muitos fóruns, workshops, artigos científicos, feiras, palestras e tantos outros mecanismos de comunicação que trazem à tona a necessidade de ações concretas. Desde 2014, que as energias renováveis superam 100% de crescimento, a nível global, de acordo com o International renewable energy Agency, o que ainda está muito aquém da necessidade global para mitigação do aquecimento global, conforme o acordo de Paris.


Figura 1 - esquema gráfico simplificado da transição energética. Elaborado pelo autor (2024).

Tal acordo, foi assinado por 198 países, e o principal objetivo literalmente é conter o aumento da temperatura global. Umas das ações relevantes e imprescindíveis, mesmo que não saibamos os efeitos é a transição energética. Ou seja, o compromisso do mundo para uma migração energética mais limpa. O Brasil tradicionalmente já possui os requisitos de um país limpo em sua matriz energética. Desde 2004, com a criação da Empresa de Planejamento Energético (EPE) e o início do Programa de Incentivo às Fontes Renováveis (PROINFA) avançamos significativamente com a inserção de fontes renováveis no Sistema Interligado Nacional (SIN).  No setor energético, já vemos um aumento no estoque de petróleo a nível global, o que quer dizer que a demanda não está a pleno vapor e o seu consumo pode reduzir gradualmente no médio prazo, desconsiderando desequilíbrios de guerras continentais.

Porém, o planejamento dessa transição não pode apenas parecer é preciso transcender a realidade com outras frentes. Alguns pilares não avançam de maneira satisfatória, como as políticas públicas para descarbonização, como a redução do desmatamento, principalmente na região amazônica. Aliás, não só não reduziu, como aumentou o número de queimadas em relação aos anos anteriores, de acordo com a base de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ampliando sua extensão para regiões, como a da região Sudeste, das quais ciclos sazonais passados não apresentavam desvios significativos de anomalia. Quase 2% do bioma amazônico foi impactado com essas queimadas, sem falar dos extremos climáticos, que se torna uma variável complexa na equação e requer um melhor entendimento no planejamento interanual.

Desastres naturais como o que ocorreu no Rio Grande do Sul na quadra chuvosa de 2024 e a seca no Nordeste do Brasil, o que aliás ocorre todos os anos, devem cada vez mais serem mitigadas com a melhoria da infraestrutura em ambas as regiões, incluindo políticas públicas direcionadas a transição energética. Enquanto houver vulnerabilidades regionais é sinal que ainda não estamos no caminho certo ou pelo menos, não estamos como deveríamos, e portanto, precisamos ampliar ações governamentais que cheguem até essas regiões.    

Devemos nos perguntar como a transição energética pode mitigar o sofrimento das regiões mais vulneráveis. A transição energética não é um assunto novo, como muitos podem pensar. No mínimo, desde a pré-revolução industrial é pautado e sobre, passamos por ciclos de interesse, e agora, o tema escalou, porque trata-se da sobrevivência humana.

Precisamos lembrar que há variáveis não controláveis que ocorrem, como a Pandemia COVID-19 e desastres naturais cada vez mais frequentes, entretanto podemos mitigar a ineficiência no planejamento para curto, médio e longo prazo, a começar de agora e só depende nós. Os efeitos irão impactar na melhoria da dignidade humana, além da geração de emprego, inovação, tecnologia e um crescimento sustentável.

Nicorray Santos

Rafael Rezende Macedo (哈法)

Construindo o Futuro da Transição Energética | Energias Renováveis | Setor Elétrico | Gestão Multi-Cultural | Transformando Organizações | Trends & Insights

2 m

Ótima reflexão Nicorray Santos! O tema da transição energética é, sem dúvida, urgente, e o Brasil, com sua matriz relativamente limpa, tem um papel crucial nesse movimento global. Concordo que ainda precisamos fortalecer políticas públicas e ampliar a proteção de nossos biomas, pois sem essa base sustentável, a mitigação dos impactos climáticos se torna ainda mais desafiadora. Acredito que avançar também em modelos integrados de renováveis, como solar, eólica e biomassa, pode ser um diferencial competitivo e sustentável para o país. Parabéns pelo post!"

Alana Winograd

Coordenadora Jurídica | Contratos | Energia | Regulação | LGPD

2 m

Excelente artigo, Nicorray! 👏🏻👏🏻👏🏻

Carlos Eduardo Ribas

Diretor Comercial | Vendas | Marketing | Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento | Inovação | Desenvolvimento de Tecnologia | Estratégia | Engenharia | Novos Negócios

2 m

Parabens pelo artigo. Sem duvida, o desafio é grande… e necessário!

Aryfrance Almeida

Professor adjunto de pesquisas na Universidade Federal do Piauí - UFPI

2 m

Parabéns meu amigo Nicorray pelo artigo, saudades das nossas conversas do tempo da pós graduação na UFC, abraços meu amigo.

Concordo plenamente

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