Treinamento eficaz é o que transforma hábitos! (Parte I)
Willian James disse: "Somos um amontoado de hábitos."
Os hábitos são extremamente poderosos, pois nos levam a fazer as coisas de modo automático. Sem compreender isso, as organizações que investem puramente em treinamento em sala de aula jogam dinheiro "pelo ralo". Vou dar um exemplo contanto uma história hipotética:
João é encarregado da seção de perecíveis em um supermercado. Os funcionários de sua equipe o consideram totalmente desrespeitoso e autoritário, sendo que já há processo por assédio moral contra ele. Então, a empresa pensa: "Poxa, a culpa também é nossa! João era da operação e foi promovido sem nenhum preparo. Então, precisamos dar um treinamento para que ele melhore!".
Então, João participa de um programa de liderança para, quem sabe, melhorar um pouco a gestão de sua equipe, visto que suas atitudes estão aumentando faltas e atrasos e, consequentemente, as gôndolas de seu setor não estão sendo abastecidas e os clientes do supermercado não encontram funcionários que possam lhes prestar atendimento.
Nas duas primeiras semanas, João melhora, mas depois volta a exercer os mesmos hábitos.
Somos "mestres" no auto-engano: o que leva as pessoas de uma organização a acreditar que algumas horas em sala de aula irão transformar hábitos que foram sedimentados por anos?
É por isso que o processo de treinamento é amplo e exige constante acompanhamento: começa com o processo de recrutamento e seleção, identificando os hábitos necessários para o exercício da função. Quando o colaborador já exerce a função, deve-se haver um profundo levantamento de necessidades de treinamento para que fatos e dados venham à tona e identifiquemos as lacunas entre o comportamento/resultado ideal e o comportamento/resultado desejado.
O treinamento em sala de aula deveria ser não o ápice do processo de formação de novos hábitos, mas um momento de formalizar os hábitos que precisam ser desenvolvidos e ponto de encontro para que as eventuais dúvidas sejam sanadas. O treinamento para o hábito deve ser algo diário, com empenho do próprio indivíduo e acompanhamento constante de sua liderança direta.
Mas... como formar novos hábitos no ambiente corporativo? É o que abordarei no artigo que farei na próxima quarta-feira! Até lá!
Analista de Treinamento e Desenvolvimento | Consultor de Recursos Humanos | Analista de DHO | Educação Corporativa | Gente e Gestão | Psicóloga
6 aAguardando o próximo artigo.