Tribos e Likes
Recentemente tivemos algumas controvérsias sobre um ponto interessante: um CEO pronunciou em sua rede de seguidores uma expressão que ficou cunhada " Deus me Livre...." Uma frase muito comum entre nós de origem portuguesa é muito utilizada como expressão e costuma chocar até mesmo os incrédulos quando usada. O CEO teceu comentários se justificando e colocando seu peso de observação em sua opinião.
Imediatamente bandeiras se levantaram sobre machismo e outros pontos sobre posições, atribuições de misoginia. Não pretendo discutir ou questionar a opinião de ninguém, nem sou misógino e muito menos feminista ou machista sou um defensor do humano, da Humanidade, característica que nos distingue em muito de animais e um trabalho de milhares de anos de senciência de quem somos e do que somos capazes qualidades gerais e defeitos.
Não era de fato um assunto para tanta discussão a opinião do CEO não muda o mundo ou o mercado de trabalho. Ele não é de forma alguma um deus ou semideus que consegue mudar as coisas, caso fosse estamos perdendo o tempo com politica e até com mercado, bastaria pedir a ele e ele mudaria tudo.
Me chamou a atenção um paradoxo criado principalmente quando vi pessoas de ambos os gêneros, em recursos humanos, criticando e já atribuindo qualidades ao CEO, mas igualmente criando uma série de mapas sobre as vantagens da Mulher. Me pareceu estranho pois nos recursos humanos não estamos para gêneros ou qualquer outra característica peculiar de nascimento ou imutável condição. Fora as vagas de PCD que realmente precisam de satisfação, não porque precisem essas pessoas por incapacidade ou algo assim, mas para que as condições de trabalho atendam suas necessidades especiais.
Nos recursos humanos não estamos para tribos ou nações ou qualquer outro tipo de seccionamento social, na verdade estamos pelo Humano e procurar ajudar a encontrar pessoas com habilidades, conhecimento, experiência ou não, com elas ajudarmos a formar grandes times de trabalho, reais parceiros do crescimento da empresa, não importando suas atividades ou cargos.
Assim, uma vaga não tem especificidades de gênero salvo restrições específicas que possam aparecer não pelo gênero, mas por circunstâncias ou particularidade do trabalho ou mesmo do time sendo formado. Existem cuidados pelo grau de maturidade do time e outros pontos peculiares de atividade. Em 99 % dos casos nada tem haver estabelecer qualquer critério de gênero ou outro.
Exemplo: Já verifiquei em empresas que o proprietário não aceitava assistente mulher, não por misoginia, mas de fato porque sua esposa tinha restrições, não discuto questões aqui. Já vi outros proprietários onde a esposa queria entrevistar a assistente, não discuto questões aqui. Em todos estes casos havia igualmente a reciproca do outro gênero. São as realidades do Humano.
Assim um CEO precisa ter habilidades, conhecimento e experiência potencial ou realizada para o cargo e o resto é encher de areia, somente isto.
Agora estamos vivendo um mundo conturbado onde pessoas definem o jeito católico de ser, outros o jeito mulçumano de ser, o jeito judeu de ser, o jeito evangélico de ser e se fecham em tribos e posicionamentos equivocados para realidade presente, mas que tem seu direito a opinião e deveriam ter também abertura para discutir, afinal do diálogo plural chegamos a solução de contento para todos.
Em geral, na maioria dos assuntos se trata de uma decisão pessoal as contendas que colocamos na rede. Não é ingenuidade, discutir a opinião pessoal sempre gera discussões acaloradas hoje. Influencers e a mídia sabem. Há necessidade de cada um no poder na mão da transformação digital de ser naquele momento o decisor e as vezes até impositor da tese.
Seja um homem CEO ou uma mulher CEO conheci alguns que se negaram por razões diversas ao cargo. Ao decidir seguir nesta possibilidade e trabalho está ciente que terá de negar-se a alguns pontos e sacrificar outros. Se tem família, sem dúvida precisará conversar em casa com seu par para definir como irão na logística da família. Se tem filhos como iram aproveitar melhor o tempo com eles, pois o cargo irá sim consumir tempo.
A escolha é portanto pessoal e por um diálogo particular com seu contexto.
Fiquei curioso com o comportamento tribal da rede, não surpreso, porque qualquer deslize naturalmente se torna uma bandeira de guerra e luta entre as partes. Curiosamente o Humano não luta contra suas fragilidades ou melhorar suas qualidades luta contra o outro.
Poderia ter sido apenas um problema de opiniões, mas chegou a um curioso nível da cultura WOKE onde se misturaram pessoas equilibradas e não tão equilibradas dos dois lados, e igualmente influencers oportunistas dos dois lados, Defendendo supostas teses e infelizmente muitos deles personagens de recursos humanos.
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A mulher não precisa se justificar ou mostrar seu papel no meio profissional. Há décadas existem inúmeras posições, nas mais diversas empresas, ocupadas até por tradição por mulheres. A vida pessoal ou como mantém seu contexto familiar é de fórum íntimo de cada um e não deve ser discussão. Quem sabe talvez para aqueles que procuram dar condições favoráveis ao exercício do papel familiar na sociedade para ambos os gêneros. Os estudiosos do sistema social e da família talvez pudessem estudar e discutir suas teses.
Achei realmente ridículo o vulto tomado com tribos defendendo suas posições, mas uma vez, muitos de recursos humanos, que defenderia a imparcialidade foi parcial adotando a bandeira de oportunidade dos 3 segundos.
Precisamos parar com estas situações de ausência de diálogo com a questão se restringimos opiniões e impedimos que alguém diga qualquer comentário que seja. Como poderemos discutir e decidir ou mesmo refletir sobre o assunto. Como poderemos entender porque pensa assim ou mesmo olhar para sociedade e o mercado de trabalho e melhorar a qualidade de vida para todos, independente de gênero.
Alguns pontos questionados são verificados por empresas em outros países a décadas tempo com os filhos seja homem ou mulher. Tempo com a família, Alterações legais, mecanismos de incentivo a aproveitamento do tempo com a família, Tempo sabáticos até para treinar substitutos, inúmeros pontos.
Mas como observar ou mesmo corrigir ou trazer inovação se a primeira jogada ou pronunciamento as redes inteiras e mídia começam a arrotar defesas e acusações sem profundidade ou sentido e em ambos os casos maquiadas de defesa do humano, na não defesa dele.
Não sei se foi truque de marketing , nem sei se foi de coração. Mas uma coisa é que muitos recursos humanos postaram muito do que se vê hoje nos recursos humanos um caleidoscópio confuso e disforme de valores. Uma espécie de bandeira ideológica supostamente em defesa do humano, mas que se afasta dele dia a dia. Transformando os recursos humanos não em uma área estratégica e que procura o crescimento de todos, sociedade e empresa, mas sim que procura estar na crista da onda dos movimentos ideológicos. Um recursos humanos Fashion.
Está ficando meio fácil entender porque a difícil retenção de profissionais e perda de conhecimento. Como alguém pode se sentir em casa se a cultura da empresa, os valores e princípios mudam o tempo todo na onda das bandeiras sociais e de mercado.
É como estar em uma família do Fallout todos lutando para sobreviver sem qualquer princípio ou valor permanente.
Cuidado recursos humanos estão se posicionando ideológica e popularmente e não humanamente. Se cumprirmos nosso papel no humano podemos ajudar uma sociedade com diversidade e igual pluralidade de opiniões, para isto nos exige a imparcialidade de quem olha para o Humano.
Saber como elevar o nível da conversa é necessário.
Por exemplo: Como um CEO independente de qualquer parâmetro pessoal pode conseguir manter sua qualidade de vida pessoal e familiar? Quais os agressores possíveis na vida pessoal e familiar de um CEO? Como podemos melhorar a qualidade de vida de pessoas em posições de elevada exigência profissional? Quais aspectos da sociedade e da vida profissional precisam amadurecer para termos uma vida saudável dentro e fora da empresa? Que treinamentos poderiam ajudar pessoas em cargos de elevada responsabilidade a organizar melhor suas vidas e priorizar o mais importante?
Talvez esteja querendo muito porque para o acima teria que focar na questão e ou problema se quiser chamar assim e não na tese ou na pessoa que disse.
Adamario Maximo dos Santos Filho
Vovó na doTerra Brasil
3 m"Curiosamente o Humano não luta contra suas fragilidades ou melhorar suas qualidades luta contra o outro." Num é⁉️