Tudo novo, de novo. A cotidiana arte de reinventar-se.

Mais uma mudança de cidade para a minha lista. Desta vez, vou para Araraquara, no interior de SP. Me bate aquele frio no estômago, aquela ânsia de saber o que está por vir e aquele medo terrível de não saber o que está por vir. Nessas horas, qualquer chute é mera especulação.

A vida é assim mesmo, um eterno reinventar-se. Frase clichê, situação idem, afinal, todos os dias nos reinventamos. Mesmo quando pegamos os mesmos caminhos e fazemos as mesmas coisas, sempre existe um espacinho em algum momento do dia para fazer algo novo e pronto: já é um pouco de reinvenção.

Costumo dizer que a vida é um planejamento estratégico: tem que ter um rumo, mas ser flexível. A prova disso, para mim, é que todas minhas mudanças de cidade e de casa se deram de maneiras rápidas. Ficava sabendo que ia mudar de cidade, um mês depois já tinha acontecido. Eu nem tinha tempo para me adaptar. Mas diga-me você: quem, no mundo de hoje, tem tempo para se adaptar às mudanças?

A velocidade da nossa capacidade de adaptação está muito aquém da capacidade do mundo mudar. Quem tenta se adaptar, se lasca. De verdade. O que nos faz pensar que o “adaptar-se” deve ser apenas relaxar um pouco, aproveitar as lições e se abrir para o novo.

O novo chega. É implacável. Vem para ficar. Que o diga computadores, celulares, internet e tudo o mais que está diariamente em nossas vidas. E o que fazer com essa onda de “novidades”? Se deixe levar e não seja arrastado. Somos arrastados quando lutamos contra o inevitável, contra os tempos ágeis e imprevisíveis que estamos vivendo. Se nos deixamos levar, quase que automaticamente aceitamos as mudanças e aprendemos com elas.

Eu me reinvento a cada dia, cada novo “oi” que dou, a cada pessoa que conheço, a cada conversa que traz uma informação nova. Pensando bem, somos um apanhado de reinvenções, da mesma pessoa se modificando constantemente, crescendo e aprendendo com os desafios que aparecem. Algumas não querem aprender, lutam contra a maré e sofrem as dores do inevitável descontentamento, desconforto e desespero pela falta de controle. Nada está sob controle, na verdade. O lance é enxergar a beleza do crescimento, apesar do medo e das incertezas.

A coragem é o ingrediente fundamental para viver nos novos tempos. A humildade também, para reconhecermos nossa incapacidade de lutar contra certas “novidades”. Tudo depende da postura e da disposição com que você recebe as mudanças. Pense sempre no melhor!