Tudo que você precisa saber sobre o  mercado Plant-Based

Tudo que você precisa saber sobre o mercado Plant-Based

Plant-Based: Saudável e Saboroso

Você sabe o que é plant-based? Este novo conceito de alimentação promove uma dieta rica em produtos de origem vegetal como grãos, cereais, legumes, verduras, frutas e sementes.

A origem dos produtos é o que define o nome deste segmento. Afinal, traduzido para o português, o termo se refere a comidas feitas à base de plantas.

Mas não confunda com o veganismo, pois, ao contrário deste, o foco da dieta plant-based não é apenas uma dieta sem ingredientes de origem animal. É preciso que também sejam saudáveis.

É pensando nisso que várias empresas já fabricam produtos com essa proposta. Muitos deles são criados por grandes marcas do ramo de alimentos.

Aliás, se você costuma prestar atenção aos lançamentos que chegam aos supermercados, já deve ter notado que há vários alimentos processados feitos à base de plantas que recriam pratos que são tradicionalmente feitos com carnes.

Essas opções possuem sabor, aspecto e textura muito semelhantes às proteínas animais e, por isso, se tornam excelentes substitutos para esse tipo de alimento.

Embora as carnes feitas de planta sejam as grandes sensações deste segmento de mercadorias, há uma série de outros produtos como manteigas, requeijões, leites, bebidas, doces, etc.

A diferença entre essas novas opções e os já tradicionais veganos é que o plant-based evita ingredientes ricos em sódio, gordura e com conservantes. Além disso, também tenta oferecer alternativas ricas em proteínas - que sejam, é claro, 100% vegetais.

Mas, para além de um conceito, estamos falando de um mercado com um grande potencial econômico e que, embora ainda esteja dando seus primeiros passos, já começa a se fazer presente na vida de muitos brasileiros.

Neste texto, vamos fazer um panorama geral sobre esta nova categoria de alimentos para que as empresas possam conhecê-la melhor e saber como investir neste novo mercado.

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O Conceito de Plant-Based

O consumo exagerado, os recursos ambientais, a crueldade com os animais e o impacto para a saúde são alguns dos pontos negativos associados ao consumo de carne e que são cada vez mais debatidos por especialistas e ativistas da causa animal.

Essas questões alcançam cada vez mais consumidores que, por sua vez, já estão refletindo sobre os impactos do consumo de carnes.

Atualmente, o número de vegetarianos e veganos, de acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), é de 14% do total da população do país.

E não é apenas isso: hoje, vivemos o fenômeno dos flexitarianos, que são pessoas que comem carne, mas tentam reduzir o consumo de proteínas animais buscando alternativas vegetais.

Note que não estamos falando de um perfil comum de consumidor, mas de pessoas que buscam se conscientizar a respeito daquilo que estão ingerindo.

Aderir ao plant-based é algo que irá acontecer naturalmente com os principais comércios do país devido ao grande crescimento deste mercado. Porém, aqueles que desejam investir de forma mais profunda devem ter bastante atenção.

Da mesma forma que esse público tem atenção aos produtos que come, também estará alerta em relação aos estabelecimentos que de fato aderem aos princípios que envolvem o plant-based e os que visam apenas lucro.

Portanto, é preciso conhecer muito bem o perfil de consumo desses clientes e elaborar uma estratégia de marketing e vendas muito bem direcionada para eles para que a empresa não adquira uma imagem de oportunista.


Os Números do Mercado Plant-Based

O mercado plant-based está intimamente ligado à demanda de veganos e vegetarianos, mas é um equívoco achar que o plant-based é sinônimo de pessoas que não consomem proteínas de origem animal.

Por causa do momento de grande demanda por produtos saudáveis e de clientes que estão diminuindo o consumo de carne, as pessoas estão mais dispostas a experimentar outras alternativas.

O levantamento do Ibope e coordenado pelo The Good Food Institute (GFI) apontou que, no ano de 2020, metade dos brasileiros reduziu o consumo de carne.

Além disso, 39% dos que responderam à pesquisa disseram que substituíram proteína animal por alternativas vegetais em pelo menos três dias na semana.

É na esteira desse aumento que o mercado do plant-based começa a se consolidar. Não é à toa que ele já conta com um crescimento anual de 52%.

Uma pesquisa feita pela ONG Mercy For Animals (MFA) no Brasil apontou que 8 em cada 10 brasileiros experimentaram produtos plant-based em 2021.

Esses números apontam uma rápida evolução neste segmento, que chegou ao Brasil apenas em 2019 e, mesmo assim, já conta com um bom reconhecimento do público consumidor.

Não é à toa que as gigantes do ramo alimentício já contam com linhas e produtos plant-based. Entre elas, podemos citar: 

  • A BRF, que lançou a linha Sadia Veg & Tal com produtos 100% vegetais.
  • A JBS, que desde 2020 desenvolveu a linha a Seara “Incrível”, que é feita à base da proteína de ervilha e soja enriquecida com ferro e vitamina B12.
  • A Marfrig Global Foods, que conta com o seu Revolution Burguer, que é vendido nas redes do Burger King e do Outback Steakhouse.

O estudo feito pela GFI ainda mostrou que a estimativa para o ano de 2025 é de que o segmento fature US $131,8 milhões no Brasil.

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Investindo no Mercado Plant-Based

Com esse rápido avanço do mercado plant-based, muitos investidores podem se perguntar se há, de fato, alguma vantagem em investir agora no segmento, já que foi estimado que ele deverá se consolidar melhor nos próximos anos.

No entanto, a vantagem em apostar neste momento no conceito está na criação de um diferencial competitivo para as empresas.

Uma vez que o consumo desse tipo de produto está muito atrelado a alguns nichos de clientes, investir nele agora cria uma boa percepção para a marca. Ou seja, esses consumidores terão a percepção de que ela está atenta à sua demanda.

Isso ocorreu com a rede varejista Whole Foods, nos EUA, que se tornou sinônimo de plant-based no país. Na Holanda, a rede de supermercados Albert Heijn pretende que, até 2030, todos os seus produtos sejam feitos à base de plantas.

Esse investimento se torna ainda mais necessário para as empresas que lidam com segmentos específicos, especialmente veganos, vegetarianos e produtos saudáveis, pois a demanda nestes casos é ainda maior.

Além disso, é importante lembrar que a comida é algo que está intimamente ligado à memória afetiva das pessoas. 

Quem se tornou adepto da dieta vegetariana, vegana ou plant-based agora provavelmente comia carne em outras épocas da vida.

Dessa forma, por mais que alguém evite ou diminua o consumo de proteína animal, ainda poderá sentir vontade de comer as coisas que estava acostumado, pois é difícil esquecer uma refeição que marcou alguma época ou momento importante.

Esse é um dos motivos que trouxeram tanto sucesso ao plant-based, pois o segmento possibilita aliar os princípios que motivam as pessoas a aderir à dieta ao desejo de comer novamente uma refeição ou lanche que ficou marcado na memória.

Por isso, quem está lidando com os segmentos específicos listados acima precisa estar atento às demandas do seu meio. Afinal, os concorrentes irão aprimorar suas opções e o risco de ficar para trás nos negócios é real.

Investir em plant-based agora é, portanto, uma forma de garantir o lucro com as vendas e manter a empresa de forma competitiva no mercado é um diferencial.


Conclusão

O mercado plant-based continuará se expandindo nos próximos anos, tanto em sua demanda quanto na oferta de novos produtos elaborados por grandes fabricantes do ramo de alimentos.

Para as empresas do varejo, adequar-se a essa nova realidade é questão de tempo, especialmente para as principais lojas e comércios segmentados para veganos e vegetarianos.

Estamos falando de um comércio que se estabeleceu de forma muito rápida: passaram-se apenas três anos desde a sua chegada no mercado brasileiro.

Ou seja, ainda que ainda não seja tão comum entre a maior parte dos consumidores brasileiros, será cada vez mais rotineiro ver pessoas experimentando e aderindo aos produtos feitos à base de plantas.

Neste momento, apostar no segmento significa criar um grande diferencial competitivo para as empresas, o que pode ajudar a consolidar sua imagem como sinônimo de plant-based, como já ocorreu com algumas empresas pelo mundo.

No entanto, vimos também que o público consumidor desses produtos é bastante conscientizado e, para conquistá-lo, as empresas precisam de um trabalho consistente que demonstre preocupação com causas ligadas à redução de consumo de proteína animal.

Para as empresas do varejo, resta analisar como os alimentos feitos à base de plantas se adequam à sua proposta de venda para que possam personalizar a melhor estratégia para atingir os clientes em potencial.

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