Turismo e acessibilidade

Turismo e acessibilidade

Lendo sobre as paralimpiadas eu não conisgo para de pensar como foram feita as adaptações em Paris e como os hotéis fizeram para se adequar e receber uma demanda tão grande.

Eu penso nisto, porque tive a oportunidade de atender eventos paralimpicos em duas ocasiões, no primeiro eu não estava preparada e não tinha informação nenhuma de como seria receber tal evento, então como podem imaginar, tivemos muitas dificuldades e também proporcionamos um serviço que ao meu ver foi ruim e não adequado. Após tal evento eu comecei a pesquisar e procurar entender melhor quais ações poderiamos fazer para melhor receber tal demanda.

Eu acredito que o primeiro passo é reconhecer que não entendemos do assunto e procurar melhorar isto, tanto é que no primeiro evento eu era a " gerente de plantão "do hotel e ai pude perceber onde haviamos errado: o principal erro eu acredito que foi não termos um rooming list adequado contendo informações básicas sobre o tipo de deficiencia de cada pessoa, ou seja, colocamos cadeirantes em quartos com banheiras, onde não dava para eles se locomoverem bem, os rechauds dos restaurentes eram altos para que os cadeirantes pudessem se servir sozinhos e os funcionários ( na boa intenção) pergutavam a todo momento se eles precisavam de ajudas e eu pude perceber que este tipo de pergunta os aborreciam.

Para receber o segundo evento eu tinha a vivência do primeiro , o que ajudou muito e eu também estava de plantão responsável pelo hotel, então me antecipei e fui para a recepção e bati o romming list junto com a pessoal responsável por alocar as reservas nos apartamentos, desta vez, foi bem mais assertivo, pois desta vez eu conhecia os tipos de deficiencia e assim poderia fazer a melhor distribuição dos quartos, além disto, conversei com a equipe de camareiras e ASGs sobre a abordagem, que não deveriamos perguntar se eles precisavam de ajuda e sim se colocar à disposição como fazemos como qualquer hóspede que recebemos. Tivemos muito mais cuidado em relação aos riscos de queda( pois no primeiro evento tivemos várias quedas).

O que eu gostaria de abordar aqui é que os gestores que trabalham na área de turismo não deve esperar informações apenas do governo, devemos fomentar este assunto , se antecipar e buscar alternativas para melhor atender as pessoas com deficiencias e cumprir os requesitos básicos para a implantação da acessibilidade. E é primordial entender que a primeira coisa a se fazer é buscar capacitação para os funcionários, a informação será a base de tudo.

Hoje se discute muito sobre práticas ESGs e buscar e dar informação sobre acessibilidade é uma prática que entra no pilar social, inclusão, valorização da sáude e segurança,investir em mobilidade é uma prática social que faz total diferença na vida de um deficiente e familiares e ao promover tais ações tanto para os hóspedes como para os funcionários , os estabeleciemnetos só tem a ganhar, pois terão satisfação do cliente garantida, que com certeza voltarão com seus familiares ou acompanhantes, além de poder contribuir para a dignidade de muitas pessoas.


Lauri Pivoto

Gerente de Operações | Desenvolvimento de Projetos de lazer e entretenimento | Gerente Geral de Hotel | Resorts | Multipropriedade | Implantação e Conversões de projetos turísticos.

3 m

Ótima abordagem Marcela!

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