Um Artigo Duro (Mas, Verdadeiro) Sobre o Varejo
Vejo consultores, associações e outros agentes que relacionam-se com o varejo pintando um cenário que não é real.
Nosso varejo não é profissionalizado!
Nosso varejo não sabe fazer o básico!
Nosso varejo não tem gestão!
É duro falar e ouvir isso, mas, é a verdade. E como profissional de varejo, que já esteve dos dois lados da mesa, é minha obrigação falar isso. Quem me conhece sabe que sou um eterno otimista, mas, sou realista!
Os oportunistas tentam vender uma imagem de varejo que pode até ser loja do futuro! Uau! Uma loja do futuro em uma operação do passado! Parabéns!
Desde pequenos aprendemos que é preciso aprender a andar para depois correr. Que uma casa se mantém em pé quando construída sobre um bom fundamento.
Eu acredito e acompanho as novidades do varejo. Sejam elas tecnológicas, processos ou qualquer outro elemento. Mas, o que ninguém quer falar para os varejistas é que FALTA MUITA COISA AINDA! Nossos varejos atuam como os antigos comércios. Uns fazem compras usando um caderno e uma caneta. Outros, os donos pegam o dinheiro do movimento do dia, colocam em uma sacola, pegam o carro e vão depositar no banco. Outros ainda, nunca ouviram falar de fluxo ou gestão de caixa.
Porque muitas lojas fecharam durante o período mais crítico da crise política no Brasil? Por que não estavam preparados. Por que achavam que fazer as coisas do mesmo jeito, como sempre foi feito, traria resultados. Por que, quando tudo estava bom, quando as vendas estavam ótimas, só se preocuparam com a linha do Faturamento, e esqueceram da gestão, ou seja, das linhas de Despesas e Perdas. Enganaram-se achando que o seu faturamento era por que suas lojas eram boas. Seu faturamento era bom por que o consumidor tinha dinheiro, por que o consumidor estava seguro com seu emprego. Sinto dizer, mas, não era por causa do seu jeito de trabalhar.
Hoje, a mais importante condição do varejista é entender que ele ainda precisa aprender a fazer muito bem feito o BÁSICO. Duras realidades:
- o atendimento do varejo brasileiro é péssimo
- o tratamento dos estoques é primário
- quando a coisa fica feia, a primeira opção é mandar pessoas embora (já escrevi um artigo sobre este assunto aqui no Linkedin)
- não existe gestão de caixa
- a visão é "vamos ter estoques cheios" e não "vamos ter estoques de qualidade"
- as pessoas são tratadas como um número
- o olhar está apenas na venda
- Despesas e Perdas existem somente quando a coisa fica feia (nessa hora cortam até o cafezinho da recepção, como se isso fizesse a diferença)
Entre outras, eu poderia escrever aqui mais uns 10 exemplos.
Eu amo o varejo e acredito muito no futuro. Precisamos de mais pessoas com essa visão. Que realmente busquem um varejo que se sustente. Um varejo que realmente possa absorver em curto espaço de tempo, tudo o que há de mais sofisticado para suas operações.
Mas, vamos lá. É preciso ser realista. Ainda há muito o que se fazer dentro de casa.
Aqueles que detém o conhecimento que pode mudar o varejo: parem de se aproveitar do varejista!!!
Ao varejista: abra os olhos para o seu negócio!!!
O varejo é um dos maiores empregadores do país. É possível mudar um cenário, mudando a sua própria empresa. Se você ficar sentado esperando o governo mudar, sinto lhe dizer, você está morto.
As mudanças começarão a acontecer, quando sua empresa (e você) começarem a mudar.
Como dizia minha vó, "por fora bela viola, por dentro pão bolorento". Sábia dona Maria.
Abraços. E vamos juntos mudar tudo isso!
Gerente Comercial | Especialista em Planejamento Estratégico e Gestão de Vendas | +25 Anos de Experiência em Crescimento de Negócios e Liderança de Equipes
7 aExcelente artigo, obrigado Anderson A. Anderson A. Ozawa por compartilhar. Na realidade a chave está nas pessoas: colaboradores apaixonados pelo que fazem (e entendendo que e porque fazem), gestores apaixonados pelos seus colaboradores e pelo negócio e diretores (proprietários) apaixonados pelos seus gestores. Porém todos de igual forma, apaixonados pelo cliente! No restante, controles são necessários: manuais ou modernos, eles tem que existir para a gestão do negócio.
DIRETOR da COOPERATIVA DE IDÉIAS - CONSULTORIA PARA SUPERMERCADOS
7 aQue bom trocar idéias com você Fátima Merlin. Confesso que o varejo não é mais o mesmo de anos atrás. Hoje quando uma pessoa perde o emprego e enquanto não arruma outro vira Consultor. O que mais vemos na Internet são novos consultores, especialistas em Prevenção de Perdas e especialistas em Gerenciamento por Categorias, vendendo Soluções Mágicas.
Conselheira Certificada | Advisor | CEO | Mentora | Palestrante | Mestre em Comportamento do Consumidor e Shopper | Varejo | Comercial | Marketing | Gerenciamento e Desenvolvimento de Categoria
7 aAnderson A. Ozawa e Nelson Alexandre como sabem sou fã de ambos ... concordo em número e grau...apenas complemento os pontos do Nelson salientando que nos dias atuais, o varejo "anestesiado" pelo canto da sereia, mais do que nunca, vem investindo em soluções tidas como milagrosas... até na minha área o que mais eu vejo é gente vendendo GC automatizado - mas esquecem de investir em processos, e em investir e capacitar pessoas, prepara--las para efetivamente gerenciar produtos, pessoas, processos... e para se ter mais crivo analítico...e para serem capazes de tirar o maior proveito das tecnologias...
DIRETOR da COOPERATIVA DE IDÉIAS - CONSULTORIA PARA SUPERMERCADOS
7 aCaro Anderson, sempre acompanho suas postagens, quando recebo. Infelizmente, as mídias sociais, as revistas e muitos profissionais falam e comentam o que é conveniente para eles e não a realidade que conhecemos. A verdade é que, em muitas lojas (é claro que não são todas) o Comprador tem mais poder do que o Proprietário. Não usam o sistema e compram de acordo com a sua sensibilidade e amizade com os vendedores e quando compram errado (o que é comum) fazem promoções com margens negativas derrubando a lucratividade e o dono como não vê sistema nem fica sabendo. Não há “Gestão” em muitos supermercados; administram as vendas superficialmente mas não acompanham as margens, as perdas, a lucratividade, o volume de compras e etc. Só percebem que os resultados não estão bons quando não conseguem pagar as duplicatas. Como não “Fazem Gestão” e não acompanham os sistemas, compram o que os fornecedores “amigos” oferecem; estocam acima do limite itens de giro baixo deixando faltar produtos indispensáveis (rupturas altas). Caro Anderson, a situação irá melhorar quando muitos quebrarem. Infelizmente as pessoas aprendem muito mais pela dor do que pelo amor. Trabalho há 40 anos no varejo e posso afirmar que no passado éramos muito mais eficientes mesmo sem ter sistemas como o que temos hoje. Há muitas revistas especializadas e “muitos consultores” vendendo soluções milagrosas MAS... quase não se vê alguém falando de PRODUTOS. Temos que ser “APAIXONADOS POR MERCADORIAS”, entender profundamente de PRODUTOS tema que não encontramos disponíveis no varejo. Abraços Nelson Alexandre:.
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7 aÓtimo texto! Mas temos muito que aprender com o varejo dia a dia.