UM BRASIL SUSTENTAVEL NÃO PODE EXISTIR SEM HIDROVIAS

Quem me conhece profissionalmente sabe do meu entusiasmo por hidrovias, nos últimos 15 anos pelo menos, buscando incentivar a construção ou recuperação de terminais fluviais, e a disponibilidade de suprimento de Diesel Marítimo para os empurradores de barcaças. Foi quando eu aprendi a diferença entre Hidrovia e rio navegável.

Essa semana tive a oportunidade de participar do evento em que se comemorou 100 dias da Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos. Pela primeira vez um Órgão Governamental focado em Hidrovias.

Muitos são os desafios, sendo os mais imediatos:

·       Retomada do Plano Anual de Dragagens pelo DNIT dos principais rios navegáveis;

·       Derrocamento de Nova Avanhandava – Rio Tiete e do Pedral do Lourenço – Rio Tocantins;

·       Concessão da Hidrovia do Rio Madeira

·       Concessão da Hidrovia do Rio Paraguai-Parana

Existem R$4 Bilhões previstos no PAC. Gastar esse dinheiro organizada e licitamente não é fácil.

Vou dar destaque hoje ao Pedral do Lourenço, rochas que ficam a jusante de Marabá-PA, no Rio Tocantins. Com essa obra a Hidrovia Tocantins-Araguaia vai passar a existir de forma operacional ao longo do ano, o que possibilitará o escoamento não só de minérios (ferro, cobre, ouro, manganês, bauxita) e grãos (soja, milho), mas inclusive o pleito pela verticalização da produção (construção de siderúrgicas principalmente para os diversos metais, pelas grandes mineradoras, como a Vale) na região do Sudeste do Pará, rica em minérios, mas distante do seu beneficiamento e com uma logística cara.

A hidrovia do Tocantins-Araguaia permitirá a conexão com o porto de Barcarena-Pa, de onde poderá se carregar toda a produção em navios de porte acima de 200.000 t, exportando metais, mas também produtos beneficiados, para o resto do mundo.  

A previsão atual do DNIT da obtenção da LI (que permite o início da obra) em novembro/2024. A obra de derrocamento deverá ter um custo de R$1,05 bilhões.