Um Dragão em tempo in-media-ato: finalmente o 5G chegou

Quando escrevi a minha tese (O tempo in-media-ato: a superação da visualidade por meio da tatilidade das não-coisas e-materializadas, 2014), estava finalizando uma jornada de 6 anos de observação de fenômenos "digitais", que mesclavam e/ou hibridizavam os diferentes planos de expressão em um local nem tão líquido quanto Bauman viu (eu ainda prefiro a analogia da leveza do éter pitagórico), mas sim um local leve, instável e tão ou mais rápido do que a visão dromológica de Paul Virilio.

Desde então, meus amigos, colegas, parentes e ex-alunas e alunos me mandam aplicações, casos e exemplos dessas imagens lançadas ao lugar que chamei de entremeio (p.149). Este "arremesso" da imagem trata-se de um processo que vai desde o código ilegível processado dentro do äppärätti, até as camadas mais traduzidas ao olhar humano, que estão na superfície das telas. As imagens sob Luz de Frente rebatem a e-materialização dos objetos de base, enquanto as imagens de Luz de Fundo arremessam a e-materialização para fora da tela, ambas em um transbordamento.

"[...] o transbordamento de camadas de não-coisas e-materializadas em um sentido para além da tela do äppärätti não gera questionamento aos usuários sobre sua veracidade. Há um conteúdo que emerge do plano codificado onde esteve dormente, mas à espera de um acionamento que o faz explodir. O conteúdo em imagens transbordarão para além da tela e se misturarão ao plano da presença ressignificados em um tempo-espaço que consagrarão um estado de formalização tão potente que é capaz de ocupar o espaço da matéria [...]" (p. 157-158)

As questões sobre realidade, existência e potência concreta e/ou factual do fenômeno se embaralham em um carteado de novos naipes e as imagens (que chamei de eletrosilixograficas) são desenhadas nos códigos dentro de um äppärätti e acontecem em um tempo-espaço in-media-ato (ou seja em ato intermediado e mediador), atemporal e desterritorializado.

Colocando-se nesses termos acadêmicos e formais, me distancio e esfrio o calor das conquistas e da observação, mas é na ponta desse iceberg derretido que sobrevive a visão do que nos rodeia há algum tempo.

Seria muito mais fácil eu apresentar um caso, certo? É fogo que queremos?

Pois bem, a SK Telecom que utilizou uma animação em Realidade Aumentada para incluir um Dragão em meio ao campo de Baseball.

Além disso a empresa apresentou seu modelo interativo de transmissão 360 por meio do uso da tecnologia 5G, algo tão ou mais impressionante que um dragão voando a sua cabeça em um estádio.

Nesses 5 anos, tenho tido a felicidade de comprovar muito do que eu penei para estudar e acredito que estamos apenas no primeiro degrau de uma escadaria bem longa, talvez tão longa quanto os 125 degraus (que eu escalava quase sempre ao som do tema de Rocky Balboa) das Escadas Monumentais de Coimbra, cidade onde abri portas da minha pesquisa e encontrei chão para algumas visões.


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Mais em...

SK Telecom Brings a Fire-Breathing Dragon to Baseball Stadium by Using AR (Telecomdrive Bureau, 27 maio 2019) Texto

Augmented reality dragon wows baseball fans on opening day (Korea.net, 27 maio 2019) texto e vídeo







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Caio Senra

Diretor de Criação | Diretor de Arte | Comunicação | Branding | Marketing | Inteligência Artificial - Uma mistura de criatividade e visão estratégica para elevar projetos e marcas a novos patamares

5 a

Sensacional ver muitas tecnologias "do futuro" ja em uso na Asia. 

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