Um mundo de comunicação superficial nos convida a ter conversas desafiadoras
Wilson Gasino

Um mundo de comunicação superficial nos convida a ter conversas desafiadoras

“Não se comunicar e tentar preservar uma relação é um pouco como tentar nadar em uma piscina sem água.” Gosto muito dessa frase da psicóloga sérvio-canadense Sara Kuburic (@Dr.SaraKuburic), autora do livro “Só depende de mim”. É uma afirmação que pode ser aplicada a todas as relações, sejam elas pessoais ou profissionais.

Até aí, parece bem lógico, mas a grande questão é que em geral, as pessoas, empresas e instituições acham que conversar, se comunicar, é apenas falar. É dizer aquilo que se quer sem levar em conta se há uma conexão real, se outro está ouvindo e entendendo. E, principalmente, sem se preocupar se o outro também tem algo a dizer.

Diante da profusão de informações, da enorme disputa de atenção que existe hoje, se não houver conexão verdadeira a mensagem vai se perder. Vai simplesmente passar no fluxo contínuo e embriagante de estímulos sem quase deixar vestígios e sem cumprir a sua função.

As redes sociais permitem que todo mundo possa compartilhar de forma direta seus serviços, produtos e saberes, o que é muito positivo. Mas é preciso diferenciar o que é uma venda única de um relacionamento de longo prazo.

O que gera um impulso imediato e de curta duração é bem diferente da relação contínua que constrói uma reputação. As duas coisas são importantes e funcionam para cada caso, mas estão longe der ser a mesma coisa.

Uma importante lição vem da Comunicação Não-Violenta, metodologia criada pelo psicólogo norte-americano Marshal Ronsenberg e é: o primeiro passo é se ouvir internamente, entender o que eu quero e o que eu necessito dessa conversa.

Em seguida, preciso escutar o outro, tentar também entender o que ele espera e necessita dessa conversa. Compreendendo essas duas posições, eu posso falar com mais propriedade e efetividade, sempre me dirigindo a cada público na sua linguagem, canal e momento adequado.

Por exemplo, em uma família cada filho precisa de uma conversa diferente. O mesmo acontece com os integrantes de uma equipe de trabalho ou ainda com uma empresa e cada um dos seus stakeholders.

Cada conversa tem a sua dinâmica própria, seu ritmo e seus movimentos. E, embora as conversas sejam diferentes ao longo do tempo, elas se entrelaçam em narrativas comuns, nas histórias que contamos e que constroem a ligação emocional desejada. Elas são a base da confiança e geram a abertura necessária para o fluxo das mensagens e das emoções.

São conversas que não podem ser deixadas para mensagens superficiais de WhatsApp, para os chatbots ou para conteúdos produzidos apenas pela Inteligência Artificial. Elas requerem presença.

A pergunta que surge, então, é: diante da necessidade de tantas conversas, o que priorizar? Uma boa pista é o nível de tensão envolvido. Ou seja, o maior indicativo de importância e urgência é o quanto de risco é gerado pelo fato de não termos ou adiarmos essa conversa.

E você, como está o nível de tensão das conversas na sua vida pessoal e na sua empresa? Quais conversas desafiadoras você vem adiando ou está realizando de uma forma insatisfatória?

Tá na hora da gente conversar!

Luciano Tamanine Gudrin

Administração/Contratos/SGA (Sistema de Gestão Ambiental)

3 m

Excelente conteúdo

Raquel Chaves

Comunicação e Marketing

3 m

Por mais conversas sinceras e, consequentemente, conexões geradas. Parabéns pelo texto e pelo convite.

Gilvanise Gulicz Vial

Psicóloga CRP 08/4116, Orientadora Profissional, Coach, proprietária do Portal Vocacional. Instagram @portalvocacional

3 m

“… se não houver conexão verdadeira a mensagem vai se perder. “ Perfeito e extremamente válida a reflexão. Comunicação é vida!

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