Um relato de 24h no convento
Minhas últimas semanas foram tão agitadas que eu olhei para mim mesmo e me perguntei se tudo isso que eu estava fazendo valia a pena.
Eu não sei você já passou por um momento feito esse, de se questionar sobre todas as responsabilidades que vamos assumindo, pelo simples fato de nos interessarmos por determinados projetos ou por não respeitar o nosso limite.
É duro perceber que não somos seres maquináveis, o limite é necessário. Precisamos sim, parar e identificar como estamos empregando o nosso tempo e em quê?
Tem uma frase do filósofo francês Michell Serres que diz:
"Agora todo mundo tem relógio, mas ninguém tem tempo”
E foi sim.. Momento de parar, sendo assim tomei uma atitude nesse último final de semana, eu fui para um convento. O quê? um convento Hildegard? Sim, um Convento de Frades Franciscanos. Em busca de um único objetivo: Ajustar o meu tempo.
Confesso a vocês que a minha ida não foi fácil, mas necessário. Como vocês sabem eu trabalho com produtividade, organização, planejamento, indicadores para resultados tudo isso focado na gestão de negócios.
Eu não sei você já leu o livro O Monge e o Executivo, de James C. Hunter mas eu passei por uma situação bem similar.
Estava eu chegando às 09h no convento me despedindo da minha esposa, para passar 24h em busca desse objetivo que era o ajuste do tempo.
Entrando no convento percebi que tudo era muito simples, mas tinha muito verde e algo que eu usufruo muito pouco o SILÊNCIO, era tudo muito calmo, e já sabe neh? eu fiquei logo muito inquieto.
Recomendados pelo LinkedIn
O frei que me recepcionou me levou para os aposentos onde eu iria passar às 24h, tinha uma cama, um banheiro e uma escrivaninha. Uau. Eu me perguntei: ”O que eu estou fazendo aqui?”
Ele me deixou sozinho e se passaram cerca de 1h40 minutos. Confesso a vocês que nesse intervalo eu tive diversos insights para os projetos no qual eu estava ligado. Fiquei com muita vontade de escrever tudo aquilo. Porém, eu tinha feito um acordo comigo mesmo que NADA de trabalho seria feito naquelas 24h.
Naquele momento eu percebi que eu estava me conhecendo mais e vendo o quanto eu estava dependente do trabalho, e que isso não era tão sadio.
O Frei voltou o quarto e me perguntou como eu estava me sentindo e o que tinha me levado ir ao convento fazer um retiro.
Eu falei pra ele que eu achava que tinha algo errado, pois sentia prazer apenas quando eu estava trabalhando.
E ele me perguntou: Quanto horas você trabalha por semana?
E eu falei que normalmente trabalhava os 7 dias da semana entre 10 e 12h. Fiquei muito surpreso quando mensurei, não fazia ideia que eu estava tão envolvido com os meus projetos: seja a faculdade, mentorias para empresários e consultores, as lives, palestras, workshops, meetings atrás de meeting, whatsapp e instagram (stories e + stories).
Até o meu treino que era para ser algo sadio, estava tornando uma obrigação, porque eu precisava fazer e não porque eu escolhi fazer.
Boooom. Foi aí!!
As minhas 24 horas no convento e a desaceleração de um dia com SILÊNCIO e sem Ruídos me fizeram perceber que nós temos algo que se chama Livre – Arbítrio, porém eu mesmo estava me privando da liberdade de escolha.
Essa corrida frenética por resultado não é normal. Somos seres humanos e precisamos de fato ter equilíbrio em tudo o que fazemos.
Quando eu sai do convento fiz um acordo que voltaria lá mais vezes, para estabelecer pontos de equilíbrio entre a saúde, espiritualidade e o trabalho.
Eu quero te convidar a fazer uma reflexão sobre a pirâmide da sua vida (saúde, trabalho e espiritualidade) percebo muitos empresários “bem sucedidos” doentes e infelizes simplesmente por não viverem o simples a cada dia.
Se você pudesse escolher apenas uma coisa na sua vida o que você escolheria?
Lembrar que prioridade é algo único e que muitas vezes viver apagando incêndio sem momentos únicos para você não é viver e sim sobreviver.
Eu já comecei a exercitar o meu pode escolha, o que hoje você pode fazer de diferente para sua vida?
Grande abraço.
Hildegard.