Um sentimento de repulsa
Ouvir a história de uma demissão que ocorreu em uma empresa conhecida reacendeu minhas reflexões sobre legado. Acredito que devemos nos preocupar com o que deixamos para trás. Nenhum resultado imediato vale a pena se geramos um sentimento de repulsa.
Legado é o que deixou, por exemplo, a seleção alemã na Bahia, durante a Copa do Mundo de 2014. A comissão da Alemanha fez doações que ajudaram a comunidade que a recepcionou. Isso sem falar, é claro, que levaram o título para casa, o quarto deles.
O depoimento que ouvi sobre o executivo que foi demitido dessa empresa foi impressionante. O colaborador me relatou o seguinte: “De repente, passei a odiar o domingo. Só não fui embora porque minha mulher disse para eu ficar, para confiar em Deus”.
Às vezes, o legado pode ser formado por coisas simples que, mesmo assim, têm impacto importante. Dia desses, estava cabisbaixo e sentei para revisar alguns dos meus textos. Precisava dar meu ok a um editor. Quando terminei, estava renovado.
Um dos motivos pelos quais consegui me renovar naquela noite foi justamente a tarefa cumprida. Nesse mundo de excesso de informações e multitarefas, finalizar os trabalhos é fundamental. A outra razão pela qual melhorei foi curiosa. Trata-se do conteúdo que li.
Textos que escrevi para motivar os outros tiveram esse efeito em mim. Quando vi os autores que mencionei e os exemplos que relatei, percebi o que me fizera chegar até ali. Não sei se consegui ajudar muitas outras pessoas com meus artigos. Modestamente, espero que sim.
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A verdade é que, se eu inspirei pelo menos um indivíduo, todo o meu trabalho terá valido a pena. Com o advento da tecnologia, mais gente poderá produzir – e divulgar – conteúdo que mude a vida de outros seres humanos. É uma oportunidade para tornarmos o mundo melhor.
Sobre o tal colaborador, não quero que esse artigo vire mais um daqueles sobre a diferença entre liderança e chefia. Já escrevi muito sobre isso. Se as pessoas soltam fogos de artifício quando alguém deixa a empresa, isso já é tapa na cara suficiente.
O personagem Phil, da trilogia “Se beber, não case”, não é exemplo a ser seguido. Pelo contrário. De qualquer maneira, acredito que ele tem um atributo que serve de referência para os profissionais. Toda vez que a casa cai, ele diz: “Me dá um minuto para achar uma solução”.
Precisamos de colaboradores que pensem rápido, que sejam criativos e, principalmente, que evitem transformar em inferno o dia a dia dos liderados. O mundo é um lugar cheio de oportunidades e é uma pena que ainda haja perda de tempo com gente que não agrega.
Atualizado no dia 01/09/2018.