Um sistema de ensino criado para não ensinar

Um sistema de ensino criado para não ensinar

"Alunos brasileiros não sabem argumentar".

O título de um artigo de 2014 do site 'Carta Educação', causou desconforto em muitas pessoas quando lançado, entretanto, ele representa apenas uma parcela do problema educacional no Brasil.

Para entendermos melhor o processo, devemos voltar à 1ª Revolução Industrial, aquela onde as pessoas tinham horário para entrar e sair, andavam uniformizadas, entravam em uma sala onde existia uma porção de pessoas no mesmo nível e uma autoridade as gerenciando, com áreas desconectadas e um grande processo mecânico de aprendizado a ser decorado para realizar seu trabalho... Lembra alguma coisa?

Como explanou de maneira brilhante Tiago Mattos, Futurista formado pela Singularity Univesity:

"A escola, como a gente conhece, foi concebida para ser espelho da revolução industrial. O sistema de educação massificado, gratuito e público foi criado na mesma época em que emergiu a Revolução Industrial."

O pensamento linear industrial, segmentado, repetitivo e previsível. Somos sempre condicionados a pensar exatamente do mesmo modo, e obrigados a seguir um padrão mental único, o qual, a maioria das vezes, não se enquadra com nosso nível cultural e intelectual e nos força a trabalhar em um único modelo, ignorando qualquer habilidade inerente ou dificuldade quanto ao padrão lógico instituído.

Vivemos um sistema de ensino que não existe para ensinar, o que é a maior incoerência possível. Possuímos um sistema educacional do século 19, professores do século 20 e alunos do século 21. Como podemos sustentar uma educação de qualidade?

Infelizmente, é cada vez mais comum a insatisfação e falta de entusiasmo quanto à educação, alunos desmotivados, professores despreparados e mal pagos e um sistema de ensino, que nem de longe, se aproxima dos padrões atuais.

Estamos vivendo uma crise, não apenas econômica, mas educacional.  

E junto com ela afundamos nosso futuro. A falta de alinhamento do sistema de ensino, com o propósito de ser das novas gerações, está acarretando um avalanche de decepções e reafirmando um problema crescente, e gigantesco, no mundo ocidental, a depressão.

Alunos dos mais diversos tipos de inteligência se sentem limitados e incapazes, simplesmente por não se enquadrarem em um sistema que considera que todos os alunos são máquinas repetitivas. 

Mantendo um sistema de ensino ineficaz, limitante e mecânico, apenas concretizamos um futuro de crises... econômicas, políticas e sociais.  

O Brasil, e muitos dos países ocidentais, estão deixando passar uma oportunidade ímpar, para crescer social e cientificamente. Nesse momento, cabe às novas gerações não se intimidarem com as limitações impostas, e se esforçarem ao máximo para criar um mundo educacional mais justo e abrangente. 

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