Um texto em defesa da arte.
Eu me considero uma pessoa que gosta de arte. Mas não o tipo que vai em museus e exposições e reflete sobre as intenções do artista e que tipo de emoção complexa ele estava tentando traduzir ali.
O meu jeito de apreciar arte é mais sobre quais emoções eu sinto quando estou em contato seja com ilustrações, pinturas, música, audiovisual, livros e até videogames.
E, para mim, quase tudo que entro em contato ou consumo é algum tipo de arte.
Arte é sobre paixão
Eu acredito que é preciso muito amor e paixão na hora de criar arte. Porque, para mim, os melhores tipos de arte com que entrei em contato eram aquelas que eu podia sentir todo o amor que o criador colocou ali.
Por mais triste, melancólica ou desastrosa que seja, quando uma pessoa ama a arte que faz, esse sentimento sempre vai te atingir. E é por isso que eu retribuo amando a sua arte.
Então, eu talvez não saiba todos os significados por trás de uma Monalisa, é verdade. Mas, eu sei que aquele pintor amava o que fazia e é por isso que esse quadro continua atraindo milhares de olhares todos os dias.
Eu não sou uma mulher lésbica do interior como a Chappel Roan, mas toda vez que eu ouço suas músicas, eu sinto a sua paixão por fazer música. E é por isso que eu consigo apreciar cada uma das faixas de The Rise and Fall of a Midwest Princess.
Arte é sobre propósito
Mas, muito além do que amor e paixão, arte também é sobre propósito. Se criamos algo, é porque queremos dar sentido a ela.
E disso eu entendo bem. Quando eu escrevo, é sempre pensando em um objetivo. Ele muda de texto para texto, é verdade.
Ás vezes, escrevo porque quero que outras pessoas saibam de alguma coisa. Ou, escrevo porque quero traduzir minhas emoções sobre um assunto específico.
Ou, ainda, escrevo para causar impacto em outras pessoas sobre um tema específico. Mas, também, escrevo só para me sentir bem, sem necessariamente querer que alguém leia.
Toda vez que alguém cria algum tipo de arte, essa é a primeira pergunta: por que você criou isso?
Parece até que, inconscientemente, sabemos que arte é sobre isso: um objetivo ou propósito, por mais “bobo” ou pessoal que seja.
(coloquei bobo entre aspas porque, para mim, nenhum motivo para criar arte é bobo)
Ás vezes, queremos criar apenas por criar. Nada mais profundo ou poético. Mas, contendo paixão, ainda será capaz de atingir e emocionar muita gente.
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Eu defendo a arte
E o seu direito de criar livremente.
Ao criar arte, conseguimos expressar lados que normalmente não vem à tona. E, ao apreciar arte, também.
Não me considero uma pessoa muito boa em expressar sentimentos, então sempre gosto de usar arte para isso. Seja um vídeo engraçado (que também é arte), seja uma música poética, ou a indicação de um filme que gosto muito.
Compartilhar arte também é uma forma de arte. Isso não é legal? Mostrar para as outras pessoas um pouco de você que se traduz em determinada arte.
Não deixe a ganância consumir sua arte
Toda vez que vejo uma peça feita por inteligência artificial, meu coração amante de arte sofre um pouco mais.
Porque, para quem faz esse tipo de serviço, nunca é sobre o amor e o poder que uma peça pode ter, mas sempre sobre “economizar tempo” ou “lucrar mais”.
É sobre substituir e evoluir o olhar humano, mesmo que a IA seja treinada por ele.
Mas, cadê a parte de aproveitar o processo? De pensar em todos os detalhes que serão colocados ali só pela diversão de serem encontrados? De demonstrar emoções e sentimentos e fazer com que as pessoas os sintam?
Para mim, por mais capaz que a IA seja, ainda está longe de, verdadeiramente, produzir arte. Pois, nela faltam dois elementos cruciais da boa arte: paixão e propósito.
Não é sobre substituir, mas sobre co-existir
Um dia, talvez, a IA seja capaz de produzir arte. Mas, por enquanto, ela apenas reproduz arte.
E, porque então não focar em facilitar a vida? Tecnologia sempre foi sobre isso, não é? Não tem nada de facilitar em ficar obcecado por prompts de IA.
Como tudo nesta humilde vida, temos que encontrar o equilíbrio. E, enquanto existir paixão e propósito humanos, a verdadeira arte persiste.
Customer Support Analyst | Journalist
1 mQue texto necessário, Bia!